O ano letivo de 2022 será um turbilhão de emoções para as escolas que possuem o nível médio de ensino. Afinal, agora não tem mais como correr, o prazo para a adequação às exigências da reforma determinada pela Lei Nº 13.415 se encerrou no dia dois de março. Porém, as dúvidas ainda “pipocam” entre as instituições de ensino. É o caso da sua? Então embarque nesta leitura e confira as principais perguntas e respostas sobre o Novo Ensino Médio!
1. O que é o Novo Ensino Médio?
O Novo Ensino Médio é o formato que deve ser seguido para o ensino médio agora em instituições de ensino públicas e privadas do Brasil, conforme determina a reforma estabelecida pela Lei nº 13.415, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As mudanças são profundas, e entre as principais estão: o aumento da carga horária, o agrupamento de disciplinas por áreas do conhecimento e a inclusão de itinerários formativos.
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2. Como ficará a carga horária?
O aumento da carga horária está entre os fatores mais impactantes do Novo Ensino Médio. Até então, a carga horária desse nível de ensino era de 800 horas anuais (2.400 horas totais). Agora, para alunos que estiverem iniciando o ensino médio em 2022 (ou seja, do primeiro ano), já é obrigatório que a carga horária seja de 1 mil horas anuais (3 mil horas totais).
Se você achou um grande aumento, saiba que as coisas não param por aí. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é de que 50% das instituições de ensino e 25% das matrículas da educação básica sejam em período integral até 2024. Dessa forma, a carga horária do ensino médio passa gradualmente para 1.400 horas anuais (4.200 horas totais).
Ainda com relação à carga horária do Novo Ensino Médio, uma parte dela deve se destinar a conteúdos da BNCC, e outra a itinerários formativos. Fica assim:
- Conteúdos de formação básica da BNCC – devem ter carga horária máxima de 1.800 horas
- Itinerários formativos – devem ter carga horária mínima de 1.200 horas
A escola pode distribuir essas horas de várias maneiras ao longo dos anos do ensino médio. É possível, por exemplo, colocar no primeiro ano 800h de conteúdos da BNCC + 200h de itinerários formativos; no segundo, 600h de conteúdos da BNCC + 400h de itinerários formativos; e no terceiro, 400h de conteúdos da BNCC + 600h de itinerários formativos.
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3. Quais são e como funcionam os itinerários formativos?
Os itinerários formativos correspondem à parte flexível do currículo no Novo Ensino Médio. É o próprio aluno que escolhe qual itinerário ele quer percorrer, dentro, é claro, das opções ofertadas pela escola. É o momento de o estudante exercer protagonismo, fazendo uma escolha alinhada ao projeto de vida dele, começando, assim, a traçar os rumos da própria história.
Existem cinco opções de itinerários formativos que as escolas podem oferecer:
- Linguagens e suas Tecnologias
- Matemática e suas Tecnologias
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
- Formação Técnica e Profissional
Como talvez você tenha percebido, as quatro primeiras opções de itinerários pertencem às áreas do conhecimento, e a quinta alternativa é a formação técnica e profissional, que possibilita inclusive que o aluno saia do ensino médio com dois diplomas: o de conclusão do ensino e o de formação no curso que ele fez.
Os itinerários de áreas do conhecimento permitem que o estudante se aprofunde em uma das áreas que ele já tem na formação básica. Os conteúdos didáticos, porém, devem ser diferentes dos que são abordados na carga horária comum da BNCC. A escola, inclusive, pode decidir criar trilhas com temas específicos, desde que eles estejam alinhados com as áreas do conhecimento.
Uma outra forma de trabalhar com os itinerários formativos é na modalidade “Integrado”. Ele funciona com a mescla de mais de uma área do conhecimento ou com a mescla de uma área do conhecimento e da formação técnica e profissional.
Um outro ponto importante a destacar sobre os itinerários formativos é que a escola não é obrigada, necessariamente, a oferecer as cinco opções. O Ministério da Educação (MEC) dá autonomia para que as instituições decidam quais itinerários querem oferecer, dentro de um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar.
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4. Quais são os eixos estruturantes dos itinerários formativos?
Uma questão que gera dúvida para muitas escolas são os eixos estruturantes. Eles são os pilares que devem ser trabalhados dentro dos itinerários formativos, e foram publicados pelo MEC no Diário Oficial da União em 2019.
Existem quatro eixos estruturantes:
- Investigação científica: trabalha com a capacidade de investigação e compreensão da realidade por meio de pesquisa científica. Assim, o aluno deve ser capaz de entender diversos assuntos, refletir e intervir na realidade.
- Processos criativos: trabalha com a expansão da capacidade dos estudantes de idealizar e realizar projetos criativos integrando diferentes linguagens. Para isso, eles devem desenvolver um modelo, produto, protótipo ou solução criativa.
- Mediação e intervenção sociocultural: trabalha na ampliação da capacidade dos alunos de aplicar conhecimentos adquiridos para a criação de projetos voltados para a sociedade e para o meio ambiente.
- Empreendedorismo: trabalha com a habilidade dos estudantes de mobilizar conhecimentos de diferentes áreas para empreender projetos pessoais e produtivos que estejam alinhados ao projeto de vida deles.
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5. O que são e como funcionam as disciplinas eletivas?
As disciplinas eletivas são elementos opcionais do Novo Ensino Médio e compõem os itinerários formativos. A carga horária destinada a elas está dentro das 1.200h mínimas que a escola deve oferecer de itinerários. Então, se a sua instituição decidir ofertá-las, o aluno terá ainda mais opções de escolha dentro da jornada que ele traça para si na parte flexível do currículo.
Na prática, além de escolher um itinerário, o estudante poderá também optar por uma eletiva pertencente ao mesmo itinerário em que ele está ou mesmo a um outro diferente do que ele escolheu. Isso, é claro, se a escola decidir oferecer disciplinas eletivas em todos os itinerários, porque isso não é obrigatório. A instituição pode muito bem oferecer eletivas em alguns itinerários e em outros não.
Entre as possibilidades que a escola tem para a oferta de disciplinas eletivas está também a busca de uma instituição parceira para a realização dessa parte. Assim, as aulas não necessariamente ocorreriam dentro da escola em que o aluno está matriculado.
Há diversas opções de disciplinas eletivas que podem ser oferecidas. O ideal é que os alunos sejam envolvidos nesse processo de levantamento de opções, o que pode ser feito por meio de uma pesquisa. Alguns exemplos de eletivas possíveis são:
- Robótica
- Educação financeira
- Programação
- Teatro
- Escrita literária
- Esportes
- Culinária
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6. As disciplinas que eram obrigatórias deixarão de existir agora?
Não. Nenhuma disciplina foi excluída do currículo no Novo Ensino Médio. O que aconteceu foi o agrupamento das disciplinas por áreas do conhecimento de maneira interdisciplinar, como já ocorria no ENEM.
Já para as disciplinas de Português e Matemática, isso funciona de uma forma um pouco diferente. Elas também são componentes das áreas do conhecimento, mas se mantêm como disciplinas integrais, com competências e habilidades específicas da matéria. Elas são as únicas disciplinas que devem ser oferecidas obrigatoriamente nos três anos do ensino médio.
O agrupamento das disciplinas curriculares por áreas do conhecimento fica da seguinte forma:
Linguagens e suas Tecnologias
- Artes
- Educação Física
- Inglês
- Português
Matemática e suas Tecnologias
- Matemática
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Biologia
- Física
- Química
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
- História
- Geografia
- Sociologia
- Filosofia
7. A escola é obrigada a oferecer inglês como língua estrangeira para todos os alunos?
Sim. No Novo Ensino Médio, o inglês passa a ser o idioma estrangeiro obrigatório, o que não impede que as instituições ofertem o ensino de outras línguas de maneira opcional. No caso de povos indígenas, fica preservado também o direito à língua materna.
Talvez você esteja se questionando sobre o que levou o inglês a ser definido como obrigatório. Acontece que vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, e o inglês é atualmente a língua universal. Por isso, entende-se que a escola deve dar as condições para que o aluno saia do ensino médio já com o domínio desse idioma. Com isso, ele terá mais oportunidades em um mercado de trabalho que tem a exigência do inglês em 50% das vagas.
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8. Ainda é preciso ter licenciatura para dar aulas no Novo Ensino Médio ou basta ter “notório saber”?
Essa é uma questão que gerou muita polêmica, mas o MEC já esclareceu. Profissionais com notório saber, mas sem licenciatura, poderão sim dar aulas no Novo Ensino Médio, mas apenas em cursos do itinerário de formação técnica e profissional. Para os conteúdos da BNCC e para os itinerários de áreas do conhecimento, não. Nesses, ainda haverá a exigência de licenciatura.
Para dar aulas no itinerário de formação técnica e profissional sem licenciatura, o professor terá que ter uma profissão que esteja alinhada com o curso que lecionará. Aulas de edificações, por exemplo, poderão ser ministradas por um engenheiro.
9. Como funciona o sistema de créditos no Novo Ensino Médio?
As escolas têm a opção de empregar o sistema de créditos no Novo Ensino Médio. Assim, o ensino médio fica organizado de forma bem semelhante à das universidades. Dessa maneira, como você já deve ter adivinhado, o aluno não necessariamente concluirá esse nível de ensino em três anos.
Chocado? Calma, vamos ver como funciona. No sistema de créditos, cada aula conta como um crédito. Para a conclusão de uma disciplina, o aluno precisa obter uma determinada quantidade de créditos. A conclusão do ensino médio segue essa mesma lógica. Ele estará concluído quando o aluno obter a quantidade de créditos mínima de todas as disciplinas obrigatórias.
O sistema de créditos pode ser adotado em conjunto com elementos como matrícula por componente curricular, semestralidade e módulos. A lei diz que é preciso haver uma terminalidade específica. Ou seja, mesmo que o estudante não conclua o ensino médio em três anos, é preciso que um prazo seja definido.
A adoção do sistema de créditos já está acontecendo em parte das escolas públicas do Distrito Federal. Uma das vantagens que o modelo pode trazer é a redução da evasão escolar, já que o aluno não perderia um ano inteiro se não conseguisse atingir os créditos mínimos de uma disciplina específica. Esses créditos poderiam ser obtidos em um momento posterior, sem prejuízo para as outras disciplinas. Percebeu agora a vantagem?
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10. É permitido EaD no Novo Ensino Médio?
Com certeza! No Novo Ensino Médio, o EaD entra pela porta da frente, não apenas como um “quebra-galho temporário” para momentos pandêmicos, mas como um recurso oficial. Assim, as escolas podem investir em salas virtuais em vez de físicas para dar conta da carga horária extra e da divisão de turmas em diferentes itinerários formativos.
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, é necessário apenas que haja um limite do percentual de horas/aula remotas. Veja como fica:
- Ensino médio matutino – 20% da carga horária total pode ser em EaD, preferencialmente (mas não obrigatoriamente) para itinerários formativos.
- Ensino médio noturno – 30% da carga horária total pode ser em EaD, preferencialmente (mas não obrigatoriamente) para itinerários formativos.
- Educação de Jovens e Adultos (EJA) – 80% da carga horária total pode ser em EaD.
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Como a ClipEscola pode ajudar?
A nossa seção de perguntas e respostas sobre o Novo Ensino Médio acabou, mas eu te trouxe um bônus! Como você sabe, quando enfrentamos um grande desafio, toda a ajuda é bem-vinda, certo? Então agora eu vou te mostrar como a ClipEscola pode te dar aquela força na adequação às exigências da reforma, que aliás, já estão em vigor.
A nossa Plataforma de Transformação Digital possui salas virtuais que fazem parte de um Ambiente Virtual de Aprendizagem bem completo. Por elas, a sua instituição consegue realizar aulas virtuais com toda a qualidade necessária, e assim, colocar em EaD o percentual de horas/aula permitido por lei.
Você percebe que dessa forma, até os professores que lecionarão essas aulas poderão trabalhar em home office de qualquer lugar do país? Isso facilitará a contratação de profissionais e não demandará a liberação de espaços ou a construção de novas salas dentro da estrutura da escola.
Além disso, a nossa plataforma possui também agenda digital, o que é muito necessário para a comunicação com pais e alunos agora que o vínculo entre escola e público está maior. Temos também um módulo de comunicação interna, que facilitará as comunicações com todos os colaboradores, inclusive com os professores em home office. Viu quanta ajuda podemos te dar? Solicite mais informações por aqui.
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