Homeschooling. O termo, usado para designar o ensino domiciliar, não é novo. Para muitos países, a prática já é uma velha conhecida. Porém, no Brasil, o assunto está em alta no momento, devido à movimentação atual para a regulamentação da prática. Mas você entende exatamente o que é homeschooling, como funciona e as vantagens e desvantagens? Confira tudo sobre o assunto e veja como está o panorama da regulamentação no país!
O que é homeschooling?
Homeschooling é o ensino domiciliar ou doméstico. Nessa modalidade, o estudante é educado em casa, geralmente por um dos pais. Ele pode ainda ser ensinado por um tutor, por professores particulares ou por meio de entidades que prestam apoio ao ensino domiciliar.
Quais são as vantagens e desvantagens do homeschooling?
Vantagens
- Ensino personalizado – No homeschooling, o ensino é individualizado. Com isso, o adulto responsável por ensinar consegue focar nas dificuldades, necessidades e potencialidades de um único estudante, o que é mais difícil quando se ensina para uma turma inteira.
- Questões familiares do aluno – Entre os defensores do homeschooling há também a alegação de que o ensino em casa permitiria que o estudante fosse educado dentro dos valores, tradições e fé religiosa da família.
- Bullying – O bullying é um problema muito presente nas escolas. Ele vai de agressões verbais a físicas. Estudar em casa evitaria tais situações, e esse é um argumento muito citado na defesa do homeschooling.
Desvantagens
- Socialização – Na escola, os alunos convivem com grupos variados, que têm uma diversidade de opiniões, assim como é na sociedade. Conviver com outros colegas também fomenta a colaboração, a empatia e a amizade. Essa socialização é importante inclusive para o desenvolvimento de habilidades, como por exemplo comunicação, liderança e oratória. O homeschooling não proporciona essa socialização.
- Controle de frequência / conteúdos – No homeschooling, é mais difícil haver um controle consistente da frequência das aulas em casa e da qualidade dos conteúdos que o aluno está estudando.
- Comportamentos de risco na família – Há situações de risco em que crianças e adolescentes enfrentam dentro das próprias famílias – como abuso sexual e violência doméstica – que muitas vezes só são identificados porque algum professor da escola nota que há algo errado. Tirando a escola da equação, a identificação não ocorreria.
- Escolha para poucos – O homeschooling pressupõe disponibilidade de tempo de um dos pais para ficar em casa ensinando o filho, ou seja, a família não tem a necessidade de que os dois pais trabalhem. Ou então, é preciso haver condições para pagar por professores particulares. No caso de o aluno ser ensinado por um dos pais, isso ainda requer que um deles tenha a instrução necessária para isso. Por esses motivos, o ensino domiciliar tem sido criticado como elitista, já que boa parte das famílias não se encaixaria nos prerrequisitos para fazer essa opção.
Há países em que o homeschooling é regulamentado?
Sim. Conforme dados da Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), o homeschooling é garantido de forma legal em mais de 60 países, entre eles: Estados Unidos, Portugal, Rússia, França, Japão e Austrália. O ensino doméstico já atinge 4 milhões de estudantes no mundo. Há, porém, países em que a prática é proibida e considerada um crime, como na Suécia e na Alemanha.
Como está a regulamentação do homeschooling no Brasil?
Você deve ter notado que a discussão sobre o “homeschooling” está em alta no momento. Acontece que a pandemia fomentou o interesse pelo modelo entre as famílias, e há intensa movimentação para regulamentá-lo no Brasil.
Atualmente, a educação domiciliar já é praticada por 7 mil famílias em todo o território nacional, o que corresponde a 15 mil estudantes, de acordo com a ANED. Porém, a modalidade não está regulamentada no país, embora também não seja considerada inconstitucional, conforme entendimento do STF em 2018. Hoje, aqueles que querem educar os filhos em casa precisam recorrer à justiça para obter a autorização. Há famílias, porém, que praticam o homeschooling na informalidade.
O principal projeto sobre o tema que tramita na Câmara dos Deputados é o PL 3179, de 2012, que possui vários outros apensados. O projeto prevê supervisão e avaliação da aprendizagem dos estudantes em homeschooling pelo poder público. Parado desde 2019, o projeto se tornou pauta prioritária do governo federal e voltou a se movimentar em março de 2021.
Paralelamente a isso, muitos estados e municípios também buscam a regulamentação em seus territórios. Porém, alguns que já estavam com projetos aprovados, sancionados e, em certos casos, até implementados, encontraram obstáculos na Comissão de Educação e no Supremo Tribunal Federal.
O que as escolas podem fazer para reter alunos?
Como você pode notar, existe uma grande possibilidade de o homeschooling ser regulamentado no país, ou então, em estados e municípios isoladamente. Se você é gestor escolar, talvez tema que uma fatia dos alunos da sua escola opte por esse modelo, certo? Vamos falar então de determinados aspectos que a sua instituição pode trabalhar para tentar reter alunos cujos pais estão inclinados ao homeschooling.
-
Possibilite mais envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos
Pais com interesse no homeschooling, evidentemente, querem se envolver bastante com a educação dos filhos. A sua escola hoje permite que os responsáveis sejam participativos, mostrando a eles as atividades do dia a dia em sala de aula e disponibilizando um canal de comunicação com diferentes áreas da instituição?
Se hoje o máximo de contato que os pais têm com a sua escola é por recados na agenda física, comunicados impressos e reuniões ocasionais, temos trabalho a fazer aí. Os pais precisam sentir que eles participam da educação dos filhos, e esses meios não possibilitam isso.
O primeiro passo é trabalhar a comunicação. Ela precisa ter a agilidade que só a tecnologia pode proporcionar, mas sem que isso desorganize a rotina dos colaboradores. Um bom caminho é a agenda digital, que funciona por app e permite que a escola envie em tempo real fotos, vídeos e informações das atividades diferenciadas que estão acontecendo, ou de situações envolvendo o aluno, ou qualquer outro tipo de comunicado, por meio de recados digitais, que chegam diretamente no celular.
Quando são os pais que querem falar com a escola, eles também enviam recados. Para que os colaboradores não precisem responder imediatamente, desorganizando suas rotinas, a escola pode configurar horários para essas respostas. É possível até criar categorias para que os pais falem diretamente com a área da instituição que precisam contatar.
Percebeu que assim os pais se sentirão bem mais “dentro da escola”? Eles não precisam esperar o filho chegar em casa para conferir a agenda, os recados da escola chegam diretamente às mãos deles, estejam onde estiverem. Geralmente, eles contêm informações e imagens que nem estariam na agenda física. Além de tudo, a facilidade de contato com diferentes áreas da escola é muito maior. Vai dizer que não é uma grande diferença?
-
Combata o bullying
Como você leu no começo deste artigo, o bullying é um dos motivos de os pais optarem pelo homeschooling. Mas e se a sua escola criar uma forte política de combate ao bullying que seja capaz de reduzir drasticamente o problema?
Há muitas ações que podem ser feitas, como por exemplo a criação de um canal de denúncias pelos alunos na agenda digital; o treinamento de professores para que combatam a prática em sala de aula e comuniquem as situações à coordenação; reuniões com os pais dos envolvidos; convite a palestrantes especialistas no assunto para uma conversa com os alunos; diálogo sobre o assunto em sala de aula com relativa constância; entre outras. Saiba mais por aqui.
-
Promova reuniões virtuais
Reuniões presenciais entre escola e pais nem sempre têm um bom engajamento. Há muitos empecilhos: trânsito, tempo de deslocamento, medo de contágio por Covid-19, etc. Reuniões virtuais permitem que os pais possam falar com os professores ou com o coordenador sem precisar sair do conforto de casa. Com certeza o engajamento será bem maior!
As reuniões colaboram para a criação de um senso de comunidade, e fazem com que os pais se sintam parte da escola. Então, tudo que puder ajudar a aumentar o engajamento dos responsáveis com elas é favorável, não é mesmo?
Se a sua escola decidir adotar a prática, o ideal é que ela ocorra de maneira estruturada e sem a preocupação com o limite de tempo de reunião. Caso a sua instituição possua, por exemplo, plataforma com salas virtuais para a transmissão de aulas ao vivo, ela também pode servir a essa finalidade das reuniões. Entenda mais sobre o assunto aqui.
-
Use EaD no Novo Ensino Médio
Com a modalidade de EaD – que é permitida para um percentual da carga horária do Novo Ensino Médio – o aluno tem uma parte da educação ocorrendo dentro de casa, só que com as aulas sendo ministradas pela escola, em vez de pelos pais ou por professores particulares. É o mais próximo de um “meio-termo” em relação ao homeschooling, não acha?
Com os filhos em casa durante esse tempo – que é de 20% da carga horária para o ensino matutino e 30% para o noturno – os pais conseguem acompanhar mais de perto o dia a dia escolar dos filhos, e até saber que assuntos eles estão estudando, inclusive para dar aulas complementares depois, caso queiram. Nesse tempo, eles também ficam mais tranquilos com relação a questões como o bullying, pois sabem que o filho está bem ali com eles em casa.
Como a ClipEscola pode ajudar?
Se o avanço da regulamentação do homeschooling no Brasil te preocupa, e você quer implementar desde já ações na sua instituição que possibilitem a retenção de alunos, pode contar com a Clip! Temos diversos recursos que viabilizarão as melhorias necessárias, e com elas, o aumento da satisfação do seu público com a escola.
Para começar, a nossa Plataforma de Transformação Digital M3I conta com a agenda digital mais completa do mercado, que contempla todos os pontos de contato entre pais e escola. Por ela, a sua instituição consegue obter um alto nível de envolvimento com as famílias, fazendo com que se sintam uma parte importante e participativa da comunidade escolar. A nossa solução também possibilita a criação de categorias específicas para que os pais possam se comunicar diretamente com cada área da instituição de ensino.
Se a escola decidir incluir os alunos na comunicação pela agenda digital, é possível também criar um canal de denúncias para casos de bullying. Além disso, há grupos de conversas entre alunos que mantêm os números deles ocultos e as conversas podem ser monitoradas e moderadas pela instituição.
A ClipEscola também possui salas de aula virtuais, que podem ser usadas tanto para a aplicação do EaD no Novo Ensino Médio quanto para a realização de reuniões virtuais com os pais. Se você quiser mais detalhes sobre todos esses recursos, solicite uma conversa por aqui.
Leia mais
– Escola e pais: qual a vantagem de fazer toda a comunicação por um único canal
– Boas práticas para lidar com queixas dos responsáveis