Lembra do comercial do Gelol? Nos anos 80 ele popularizou a frase “não basta ser pai, tem que participar”. Passado tanto tempo, essa ideia continua extremamente válida e também se aplica a todos os outros responsáveis pelo desenvolvimento de uma criança. As principais mudanças pelas quais passamos nessas últimas décadas foram proporcionadas pelos avanços tecnológicos e eles também facilitaram muito a tarefa de estar presente na vida e na educação do indivíduo em formação.
A sensação de surpresa – positiva ou negativa – quando o boletim chega no final do bimestre, ou até mesmo do semestre, não é o produto mais desejável do processo educacional, até porque contém poucas chances de reversão. Quando o acompanhamento da vida escolar é diário, o que temos nesses marcos de transição das etapas é a confirmação dos resultados dos esforços realizados ao longo de todo o período letivo.
Não se trata apenas de desempenho, é também uma questão de desenvolver e fortalecer laços de confiança, pois aluno, família e comunidade escolar sentem que estão alinhados nos mesmos objetivos e cada parte está recebendo a valorização que merece. Com o acompanhamento diário, não há o risco de o aluno pensar que sua voz não é ouvida ou de o professor achar que as coisas não mudam.
Diferentemente de quando as “notícias” sobre o aluno só chegam algumas vezes por ano, quando a escola disponibiliza todo dia novas informações sobre o aprendizado o interesse e o engajamento dos pais se torna um hábito tão natural e automático quanto escovar os dentes.
Isso gera um círculo virtuoso: o responsável acompanha, daí o estudante se esforça porque sabe que aquilo vai gerar reconhecimento, então os pais ficam ansiosos para ver as novas evoluções, e assim por diante.
Esse círculo virtuoso é o oposto do círculo vicioso: quando o aluno apresenta mau comportamento e os pais não ficam sabendo, não faz os deveres, vai mal nas provas e começa a tirar notas baixas, se desmotiva e começa a faltar, roda de ano e, por fim, acaba abandonando a escola.
É importante que o incentivo à construção do círculo virtuoso seja algo que a escola tome como missão. É claro que os pais também precisam ter consciência da importância do acompanhamento na vida escolar do filho, mas a correria do dia a dia às vezes acaba por entorpecê-la. Por isso, se a instituição de ensino facilitar esse caminho, ela poderá atuar como um agente capaz de fazer grandes transformações.
Ok, falar é fácil, mas como disponibilizar aos pais o acesso a todos os dados e materiais relevantes para que saibam o que está acontecendo na escola? Afinal, a agenda de papel é uma só e não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Os cadernos e apostilas então? Cada dia a combinação de disciplinas é diferente, sem falar em nomenclaturas como “matemática A”, “matemática B”, “matemática C”. Quantas histórias tem no ensino médio?
O mundo está se tornando digital e já está na hora da educação lançar mão das ferramentas tecnológicas. O caderno de deveres que pode estar com todos os interessados ao mesmo tempo já existe, assim como o calendário de provas, a agenda de recados, as solicitações de autorização e o mural de avisos. Além de tudo, a natureza agradece.
A dica é adotar um aplicativo que leve a vida escolar para o smartphone, tornando os celulares dos responsáveis uma extensão do espaço escolar, com a vantagem do acesso em qualquer lugar e horário, e fomentando o mesmo clima de diálogo e participação. Quem sabe essa não pode ser a meta da sua instituição de ensino para 2017?
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