Se você pretende abrir uma escola ou mesmo reformular a metodologia da instituição de ensino que já possui, nada melhor do que conhecimento para tomar a decisão mais acertada, não é verdade? E é justamente isso o que você encontrará por aqui! Elaboramos uma lista das metodologias de ensino mais conhecidas. Confira a que mais faz sentido para você:
1. Método Tradicional
Entre as metodologias de ensino vigentes nas escolas, a tradicional é a mais comum de se encontrar. Surgiu na Europa do século XVIII quando o movimento iluminista pedia a universalização e o acesso do indivíduo ao conhecimento. Nesse método, a transmissão de informações ocorre de maneira hierárquica – do professor ao aluno – e o progresso do estudante é medido por avaliações periódicas, às quais são atribuídas notas de desempenho. Quem não atinge os parâmetros mínimos deve repetir o ano.
O objetivo é fornecer ao aluno uma base sólida de informações. A ele cabe absorver os conhecimentos transmitidos de maneira passiva, memorizando-os, mas não agregando na construção deles. O método começou a ser visto como ultrapassado entre os anos 60 e 70, mas ainda hoje é adotado por um grande número de escolas.
2. Método Montessori
O método montessori foi desenvolvido pela médica e pedagoga italiana Maria Montessori após uma série de pesquisas científicas e empíricas. É focado em crianças, por isso é adotado por escolas de ensino infantil e fundamental. No conceito, parte-se do pressuposto de que as crianças são capazes de aprender sozinhas, e devem ser incentivadas a exercer atividades com autonomia, iniciativa e independência. O professor exerce um papel de guia nesse processo.
As salas de aula normalmente não seguem o formato tradicional. Elas costumam usar o formato de U ou de grupos. Além de mesas e cadeiras, o chão é um elemento bastante utilizado, por isso é comum o uso de tapetes ou tatames. Pelo ambiente são espalhados objetos que estimulam o aprendizado. As atividades são distribuídas pela sala e o estudante escolhe o que fazer naquele dia. Há módulos obrigatórios a serem seguidos, mas o ensino acontece com alto grau de liberdade.
3. Método Freiriano
A metodologia freiriana, também conhecida como Educação Libertadora, entende que o aluno é capaz de libertar-se por meio do conhecimento. Ela leva em conta aspectos socioculturais do estudante e o contexto no qual ele está inserido, pois associar o conhecimento à realidade dele ajuda-o a compreender o mundo.
Paulo Freire aplicou a própria tese quando, em 1960, alfabetizou 300 trabalhadores em 45 dias. Ele usou as experiências de vida deles para escolher “palavras geradoras” que foram utilizadas para principiar o conhecimento. Assim, termos como “tijolo”, por exemplo, que estavam mais ligados à realidade deles, eram ensinadas primeiro. Depois se tornava mais fácil ampliar o vocabulário.
4. Método Construtivista
O método surgiu por volta de 1970 e baseia-se nas teses do psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget. No conceito há o entendimento de que o indivíduo deve ter um papel ativo na construção do próprio conhecimento. Assim, os conteúdos didáticos servem de suporte para que os alunos, a partir deles, edifiquem o saber. O processo estimula o debate, a formulação de hipóteses, a resolução de problemas e o uso de vivências pessoais.
O objetivo não é dar respostas ao estudante, e sim estimulá-lo a fazer perguntas. O conhecimento, nessa concepção, não segue uma via de mão única, cada aluno encontra um caminho próprio até ele. Por isso mesmo, a metodologia não propõe provas, mas é comum que as instituições de ensino que a utilizam optem pela realização de avaliações.
5. Método Sócio-interacionista
O método sócio-interacionista é uma abordagem histórica e cultural do desenvolvimento humano proposta pelo psicólogo russo Lev Vygotsky. Conforme suas ideias, o indivíduo só desenvolve cultura, linguagem e raciocínio se estiver em contato com outras pessoas. Para ele, as informações são intermediadas por aqueles que nos cercam, e as trocas de experiências resultam nas funções mentais superiores.
A metodologia sócio-interacionista valoriza as interações sociais, por isso os trabalhos em grupo ganham papel de destaque. A bagagem histórica que o aluno traz é valorizada, bem como a curiosidade, a autonomia e a participação ativa.
6. Método Logosófico
A metodologia de ensino logosófica foi desenvolvida pelo pedagogo, escritor, educador, conferencista e pensador Carlos Bernardo González Pecotche, conhecido também pelo pseudônimo Raumsol. O método busca o autoconhecimento e o autoaperfeiçoamento por meio de um processo de evolução consciente, que deve ser experimentado tanto pelos alunos quanto pelos professores.
A quantidade de estudantes por sala é limitado, para que assim os educadores possam acompanhar o desenvolvimento físico, mental, sensível e moral deles. Os ensinamentos obtidos em casa e os da escola atuam de forma complementar para a formação do aluno como um ser humano empático e inclinado a boas atitudes. Portanto, é necessário um esforço conjunto entre as entidades “família” e “escola” nesse processo.
7. Método Waldorf
Baseado na filosofia de Rudolf Steiner, o método Waldorf busca o aprimoramento físico, anímico e espiritual do estudante. As aulas estimulam tanto o pensar quanto o sentir. O objetivo é que o aluno seja preparado para a vida, desenvolvendo clareza de raciocínio, iniciativa para ação, equilíbrio emocional e capacidade crítica.
O ensino é dividido em ciclos de aprendizagem conforme a idade. Nas aulas, parte-se do princípio de que cada ser humano é diferente, e que essas características devem ser levadas em conta na aprendizagem. Assim, um mesmo assunto recebe várias abordagens diferentes. Originalmente o método não prevê provas e nem repetências.
8. Método Freinet
Desenvolvido por Célestin Freinet, o método que recebe o nome do pedagogo propõe que a escola seja menos teórica e mais conectada com a vida. Segue-se a ideia de que a educação deve preparar o aluno para a realização de um trabalho real. Assim, a experimentação é incentivada, pois entende-se que ela permite avanços no processo de aprendizado. Já os materiais didáticos têm um papel secundário, porque ao não se conectarem à realidade da criança, não forneceriam grandes estímulos ao aprendizado.
O contato com a realidade é considerado fundamental nessa abordagem, e por isso são incentivadas práticas como jornais escolares, trabalhos em grupo, troca de informações entre os estudantes e aulas-passeios. O método também estimula o envolvimento com a comunidade, com o ambiente político e social no entorno da escola e diversas formas de participação e colaboração.
9. Método Ativo
A metodologia ativa de aprendizagem é uma ruptura brusca com as concepções de ensino mais comumente encontradas nas escolas. Nela, o lugar do aluno não é na platéia, assistindo passivamente à própria educação acontecer. Aqui a participação do estudante é protagonista, e o aprendizado não acontece sem ela. O aluno não fica sentado ouvindo e anotando, ele debate, critica, faz. Ele ajuda a construir o conhecimento junto com o professor e com os colegas.
A forma como o aprendizado é processado pelo cérebro se altera completamente dessa maneira. Conforme a pirâmide do aprendizado de Willian Glasser, aprendemos 80% a mais quando fazemos, e 95% quando ensinamos. Já quando temos papel passivo, o percentual é bem menor: 10% quando lemos, 20% quando escutamos, 30% quando observamos e 50% quando vemos e ouvimos ao mesmo tempo.
10. Método Sala de Aula Invertida
As metodologias de ensino híbridas são concepções que valem-se das possibilidades tecnológicas dos tempos atuais. Entre elas está a sala de aula invertida, que como o próprio nome diz, inverte toda a lógica tradicional da sala de aula. Nela, o aprendizado começa em casa, e não na escola. O aluno faz suas próprias pesquisas na internet e em materiais online sobre temas passados previamente, e já chega em aula com conhecimento na bagagem, que é então debatido com professores e colegas.
O método permite a otimização do tempo em aula, que é então usado para aprofundar os conhecimentos sobre o assunto e tirar dúvidas. Após a aula, o aluno pode fixar ainda mais o conhecimento com recursos multimídia que podem ser disponibilizados pelo professor por agenda digital escolar. Algumas das características mais marcantes do modelo são: protagonismo, flexibilidade, colaboração e autonomia.
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