O século XXI sopra sobre a educação uma certeza implacável: nada nunca mais será como era antes. O surgimento de novas tecnologias foi o balizador da mudança. Ela, longe de ser danosa, trouxe em si uma oportunidade. Com mais recursos e mais voz, o aluno tem hoje, na Nova Escola, o interesse instigado como nunca.
E não foi esse sempre o grande desafio das escolas? Fazer com que os estudantes se interessassem pelos conteúdos e aprendessem? A chance enfim se apresentou, e o maior desafio é não deixar ela passar.
A transição entre a Antiga Escola e a Nova Escola requer uma mudança de mentalidade. O mais importante para professores e gestores educacionais que ainda não completaram o percurso, é dar o primeiro passo.
Inclusão do aluno no processo de ensino e aprendizagem
Na contemporaneidade, o estudante não cabe mais no papel de mero “receptor de informações”. Na Nova Escola, ele tem vez e voz.
A transformação era previsível. Afinal, em uma realidade aonde a informação está em todo lugar, e não mais apenas nos livros da biblioteca, era impensável esperar que o aluno continuasse aceitando se submeter a um papel passivo diante da construção do próprio aprendizado.
O desafio dos professores que vivenciaram uma outra época, em que o conhecimento não era tão acessível e que os estudantes chegavam em aula “sem bagagem”, é a adequação aos novos tempos.
Essa atitude começa com a perda do medo da mudança. Até porque, com ou sem medo, ela já aconteceu, e negá-la só deixaria o educador e a instituição de ensino à margem do mercado.
Após essa aceitação, é importante que haja um esforço gradual para incluir o aluno na construção do próprio saber, dando a ele voz ativa em sala de aula. O estudante, ao ter um espaço para o debate de ideias, passa a interessar-se cada vez mais pelas matérias, pois sabe que o conhecimento que trouxer vai agregar.
Isso favorece a criação de um círculo virtuoso, no qual o aluno tem oportunidade de expor a opinião dele sobre determinado conteúdo, isso é debatido, ele se informa mais sobre o assunto, traz mais ideias para debater e, com isso, vai se aprofundando cada vez mais na matéria, fixando o aprendizado.
Uso da tecnologia como aliada
Na Nova Escola, a tecnologia não é uma “pedra no caminho”, e sim uma aliada para que a experiência do aprendizado se torne cada vez mais rica e para que a instituição de ensino consiga estreitar o vínculo com os alunos.
Se bem aproveitada, ela pode servir para a elaboração de aulas inspiradoras com conteúdo multimídia; para a simulação de situações antes ensinadas apenas de forma teórica; para a construção de projetos colaborativos com outras culturas, proporcionando aos estudantes um intercâmbio virtual e a criação de um espírito de equipe entre povos; etc.
Além disso, o uso da tecnologia nas escolas é necessário para que os alunos possam ser preparados para um mercado de trabalho que valoriza cada vez menos conhecimentos manuais e usa recursos tecnológicos em praticamente todas as áreas.
O desafio para a escola é sair da zona de conforto e buscar a inserção de ferramentas digitais no dia a dia, melhorando assim a qualidade do ensino e se colocando em sintonia com a realidade que está fora das paredes da sala de aula.
E para essa transição do analógico para o virtual nas instituições de ensino, é importante que os professores e gestores busquem por informações, se capacitem e executem a mudança, mesmo que de forma gradual.
Busca pela sustentabilidade
Responsabilidade ambiental é uma competência cada vez mais valorizada, e certamente uma característica imprescindível da Nova Escola. Há décadas se fala sobre desenvolvimento sustentável, mas contraditoriamente, as escolas ensinavam sobre isso ao mesmo tempo em que traziam para a sala de aula toneladas de papel que poderiam ser facilmente substituídas por alternativas digitais, poupando o meio ambiente.
Se antes o discurso podia andar desconectado da prática, na contemporaneidade isso não é mais aceitável. A Nova Escola preza pelo desenvolvimento sustentável, substituindo, sempre que possível, recursos nocivos ao ecossistema por opções mais responsáveis.
É uma mudança de atitudes que impacta em rotinas às quais os profissionais de uma instituição de ensino já estavam acostumados. Então, é normal que o “novo” assuste em um primeiro momento, mas o medo não pode frear boas atitudes. O desafio de gestores e corpo docente hoje é praticar o desapego, deixando para trás tudo que serviu bem a uma época, mas que não cabe mais na Nova Escola, com a consciência ambiental que temos hoje.
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