Em agosto de 2010, há pouco mais de 10 anos, o Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da pandemia de H1N1. Na época o Brasil vivenciou – mas em escala muito menor – algumas situações bem familiares hoje: quarentena, uso de máscaras e álcool em gel, suspensão de aulas e nova rotina dos pais. No entanto, em março de 2020, as escolas foram novamente pegas de surpresa por uma outra pandemia que assolou o país, o Covid-19. A questão é: por quê? Por que não estávamos preparados? Como fazer diferente agora e fortalecer a educação para as incertezas do futuro?
Não existem respostas prontas, mas podemos buscar por elas. Um caminho para isso é olhar para experiência passada, traçar um paralelo com o cenário atual e fazer uma reflexão sobre o que poderia ter sido feito diferente. Visualizando a oportunidade de aprendizado que perdemos, podemos entender mais claramente as que se apresentam agora, para que então novas situações no futuro não sejam tão assustadoras para o segmento educacional, que já estará preparado para enfrentar os desafios com mais certezas e menos improvisos.
Qual foi o impacto da pandemia de H1N1 nas escolas entre 2009 e 2010?
A pandemia de H1N1 – também conhecida como Gripe Suína ou Gripe A – foi a primeira do século XXI. Os primeiros casos surgiram em janeiro de 2009. Em junho a doença ganhou o status de pandemia, e o manteve até agosto de 2010. No Brasil, cerca de 54 mil pessoas foram infectadas durante esse período. As medidas para combater a doença no país tiveram impactos na educação, forçando as escolas a se readequarem.
Fechamento de escolas
No final de julho de 2009, quando os alunos se preparavam para voltar às aulas após as férias de meio de ano, diversos estados e municípios decidiram adiar essa volta para conter o vírus. As escolas então precisaram ficar fechadas por mais algum tempo, cerca de duas semanas.
Algumas instituições, antes mesmo dessa prorrogação de férias, precisaram fechar temporariamente por alguns dias devido ao surgimento de casos de H1N1 entre os alunos. Outras já haviam decidido, por conta própria, antecipar as férias de julho como medida para conter o vírus.
Liberação de professoras grávidas
Em diversos estados as professoras grávidas puderam ficar em casa por mais alguns dias ou até semanas após o fim das férias de meio de ano, quando os outros professores e alunos já haviam retornado. Essa liberação ocorreu porque mulheres grávidas eram do grupo de risco da gripe H1N1.
Adaptação da rotina dos pais
Com a ampliação das férias escolares de meio de ano, os pais precisaram reorganizar suas rotinas, já que as crianças tiveram que permanecer em casa por mais tempo. Isso os impactou principalmente no trabalho, pois eles não haviam se planejado para ter os filhos em casa por esses dias a mais, e nem todos tinham alguém com quem deixá-los.
Reformulação do calendário escolar
Em 2009, o calendário escolar precisou ser replanejado. Com a prorrogação das férias, as escolas foram forçadas a readequar o cronograma escolar para cumprir com a carga horária mínima exigida pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que é de de 200 dias letivos e 800 horas/aula.
As escolas do estado de São Paulo, na época, conseguiram liberação do cumprimento dos 200 dias letivos e puderam reorganizar o calendário com mais flexibilidade. Porém, o mesmo não ocorreu nos outros estados. As instituições precisaram cumprir as exigências da LDB, mas receberam o aval para estender o ano letivo até 2010.
Qual é a relação entre os impactos da pandemia de H1N1 e de Covid-19 na educação?
Como você viu no tópico anterior, a pandemia de H1N1 resultou em situações semelhantes às atuais para o segmento educacional, mas em escala infinitamente menor. A diferença nas proporções do impacto se devem às diferenças estatísticas na quantidade de casos. Enquanto o número de infectados por H1N1 no Brasil foi em torno de 54 mil, a quantidade de infectados por Covid-19 já chegou a mais de 3 milhões.
Embora na pandemia atual todas as consequências para as escolas sejam mais extremas, as medidas adotadas são bastante similares. O que muda de forma mais acentuada é o tempo de duração delas. Veja:
Como as escolas poderiam ter se preparado depois da pandemia de H1N1?
A experiência de 2009/2010 poderia ter ajudado as escolas com o momento atual se elas tivessem imaginado que passariam por outra situação pandêmica novamente. É claro que não há como prever esse tipo de circunstância, mas é possível considerar que algo que já aconteceu no passado possa se repetir novamente. Prever cenários críticos é crucial para dar uma resposta rápida e assertiva às situações que venham a se apresentar, minimizando o impacto de crises.
Veja dois pontos que já poderiam ter sido trabalhados pelas escolas após a pandemia de H1N1 e que as ajudariam no momento atual:
Plano de gerenciamento de crise
É importante que toda empresa tenha um plano de gerenciamento de crise, e a escola não é exceção. Se ela não possuía nenhum, isso é algo que poderia ter mudado após a experiência da pandemia de H1N1. Trata-se basicamente um “plano B” para caso as coisas deem errado.
A instituição de ensino poderia, por exemplo, ter estruturado um cronograma de aulas alternativo para caso as aulas precisassem ser paralisadas por algum motivo, como uma pandemia, uma greve dos profissionais da escola, uma greve nos transportes públicos, um desastre natural, etc. Há diversas situações que podem resultar na perda de dias letivos e na necessidade de alteração do calendário.
O ideal é que a escola mapeie o maior número de situações possíveis e crie um plano de ação para lidar com elas. Assim, quando algo potencialmente crítico começar a se desenhar, a escola pode, sem perda de tempo, colocar o “plano B” em ação, em vez de esperar que os acontecimentos se desenrolem.
Na situação atual, por exemplo, as escolas poderiam ter começado a usar o cronograma alternativo de aulas (com mais horas/aula por dia, ou até período integral) logo que uma nova pandemia surgiu e começou a se espalhar gradualmente pelo mundo. Não era necessário esperar chegar ao Brasil. Já era possível também começar a treinar professores, alunos e famílias para o novo momento.
Aquisição de tecnologias
Algo que a escola já poderia ter feito depois da experiência de 2009/2010, na qual o cronograma letivo também ficou comprometido, era listar ou até contratar recursos tecnológicos que possibilitassem a continuidade das aulas de forma remota em uma eventualidade. Era possível até ter utilizado esses recursos para testar métodos de ensino híbrido. Imagina o quanto as coisas não seriam mais fáceis este ano? Os recursos já estariam lá e toda a comunidade escolar já estaria adaptada a eles!
Outra necessidade tecnológica que as escolas já poderiam ter identificado há mais tempo, prevendo as incertezas do futuro, é a comunicação escolar. Muitas instituições, é claro, até já estavam preparadas nesse quesito, e já usavam agenda digital escolar para a comunicação com os pais. Porém, muitas outras não. Diversas escolas ainda faziam toda a comunicação por agenda de papel.
Quando a nova pandemia chegou, quem ainda estava na “era papel” passou por apuros para conseguir estabelecer uma boa comunicação com os pais, e isso no momento em que eles mais precisavam de respostas. A agenda de papel se mostrou totalmente incapaz de atender a essa necessidade. Já as escolas que utilizavam agenda digital conseguiram ter êxito nessa comunicação e mostrar todo o preparo que tinham no atendimento ao público. Conseguiram inclusive utilizar recursos da própria agenda para a continuidade das aulas.
Como é possível se preparar bem a partir de agora e fortalecer a educação em qualquer tempo?
Você notou que em um período de 10 anos o mundo enfrentou duas pandemias? É um intervalo muito mais curto do que o de outras épocas. Isso mostra que talvez agora que o mundo está mais “pequeno”, com muitas pessoas podendo se deslocar entre continentes em viagens de menos de um dia, pode ser que as doenças encontrem um caminho mais curto para se disseminarem. A sua escola está preparada para essa realidade?
Para fortalecer a educação em qualquer tempo, o segredo é planejar. Nem sempre o que for planejado conseguirá se cumprir com exatidão, mas mesmo que apenas metade se cumpra, os benefícios já justificarão o esforço. Por isso, observe o passado, observe o presente, veja as ações assertivas que foram tomadas pelas escolas e use-as para montar um planejamento de crise.
É importante também incorporar a cultura digital na escola, pois é a tecnologia que conecta as pessoas quando a presença física não é uma possibilidade. A pandemia de Covid-19 mostrou mais do que nunca que o medo da tecnologia precisa ser vencido por professores, gestores e pais. Não digo pelos alunos, pois esses jamais o conheceram.
O ideal é que as escolas comecem a listar todas as necessidades que têm, e a pensar em como a tecnologia poderá atendê-las em situações nas quais a instituição precise ser fechada. Como você deve ter sentido, a comunicação escolar e o EaD estão no topo da lista.
Como nós da ClipEscola podemos te ajudar?
Toda a parte tecnológica que a sua escola precisar para comunicação, aulas, provas, matrículas, assinatura de contratos, recebimentos, reuniões de equipes, etc., pode contar com a gente! A ClipEscola é uma Plataforma de Transformação Digital, e é capaz de fornecer toda a estrutura da qual as escolas precisam para situações de quarentena e também do dia a dia.
Transformar digitalmente significa consolidar os processos sob bases digitais. Nós trazemos essa possibilidade. É possível começar gradualmente, aderindo aos recursos mais básicos, e depois avançar etapa por etapa. Veja, por exemplo, as necessidades escolares que mais surgiram neste momento e que foram supridas pela nossa solução:
- Aulas online – foram realizadas no nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem, que contém recursos para transmissões ao vivo.
- Comunicação com os pais e alunos – foi atendida pela nossa Agenda Digital, que permite uma comunicação organizada, segmentada e hierarquizada.
- Provas – foram executadas no recurso de Formulários. Temos inclusive um modelo pronto.
- Envio de materiais – os envios ocorreram pelo recurso Diário do Professor, que permite anexar materiais em diversos formatos. Os arquivos ficam salvos em nuvem, sem consumir memória no celular do aluno.
- Reunião/comunicação com as equipes – As reuniões foram realizadas com o recurso de Eventos Virtuais e toda a comunicação pôde ser estruturada pelo módulo de Comunicação Interna.
- Matrículas/Rematrículas – Os contratos foram enviados pelo nosso recurso de Clips (recados virtuais) e assinados pelo recurso de Assinatura Digital. Temos também o módulo de Captação de Alunos, que permite o cadastro e nutrição do público em prospecção.
- Recebimentos – Ocorreram pelo nosso recurso ClipPag, que automatiza todos os recebimentos e cobranças e também permite uma enorme economia na geração de boletos para a escola.
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