A educação passa por um momento difícil na pandemia, com escolas fechadas e aulas somente por EaD. Porém, quando relacionamos toda a experiência atual de aulas remotas com o cenário futuro – e as habilidades que serão requeridas dos seus alunos nele – é possível enxergar o lado meio cheio do copo.
Ficou confuso? Vou explicar. Os seus alunos de hoje serão os profissionais do mercado de trabalho de amanhã. As tendências mostram que esse mercado será cada vez mais tecnológico; mais voltado a competências intelectuais e sociais e menos a habilidades manuais; mais colaborativo; e com grande valorização da autonomia, da criatividade, da liderança e do pensamento crítico. Todos esses pontos estão sendo trabalhados mais do que nunca com os alunos nas aulas remotas.
Você ainda não tinha se dado conta dessa experiência rica que está acontecendo? Vou te ajudar a entendê-la! Prossiga com a leitura e veja de forma mais detalhada como as aulas remotas podem ajudar a desenvolver importantes habilidades para o futuro dos seus alunos.
Uso da tecnologia para finalidades produtivas
É claro que a garotada de hoje já tinha afinidade com a tecnologia muito antes da quarentena, afinal, eles são nativos digitais. Mas saber usar a tecnologia com finalidades recreativas é diferente de saber usá-la de forma produtiva, fazendo uso de plataformas e recursos não destinados meramente ao lazer.
Nas aulas remotas, por exemplo, os alunos estão usando recursos para as atividades escolares que também são muito usados por diversas empresas com intuito profissional. Entre eles:
- Plataformas para videoconferência
- Formulários digitais
- Documentos e planilhas online
- Opção de pesquisa avançada em buscadores como o Google
- Drive em nuvem para organização e compartilhamento de conteúdos, etc.
Muitos desses recursos nunca tinham sido usados pelos alunos, principalmente pelos de escolas que antes da pandemia não eram abertas a ferramentas digitais. As aulas remotas acabaram forçando esse uso, e colocando os estudantes em contato com possibilidades digitais que serão úteis não só agora, mas também na vida profissional deles um dia.
O valor dessa experiência se torna ainda mais evidente quando percebemos que as tendências para o futuro do emprego estão fortemente vinculadas à tecnologia. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Dell Technologies, 85% das profissões de 2030 ainda não foram nem inventadas. Para o diretor da Dell, a tecnologia no futuro funcionará como uma extensão das pessoas.
Autonomia e protagonismo nas atividades
Em aulas remotas os alunos estão tendo muito mais liberdade para buscar informações por seus próprios meios. Durante as transmissões, por exemplo, se eles quiserem pesquisar na internet algo que o professor acabou de falar, para então argumentarem com ele e com os colegas, isso é possível. Nas atividades passadas em aula, o livro didático não é mais a única fonte de pesquisa. Os estudantes podem procurar por vídeos, artigos, etc. A internet está ali ao alcance deles, e não há ninguém para impedir essa busca ativa por mais informações.
Isso pode parecer assustador para um educador que sempre teve o controle de tudo nas mãos, não é? Mas olhe por outro lado. Os alunos estão tendo a possibilidade de se envolver ativamente com a própria educação. Pela primeira vez eles podem sentir que estão no controle, que há um espaço para brilhar.
Essa autonomia e protagonismo que são desenvolvidos nesse processo são pontos fortes para os empregos do futuro, conforme ressalta a pesquisa mundial Future of Work. De acordo com o estudo, a forma de se trabalhar irá mudar nos próximos anos. Haverá mais liberdade e flexibilidade, mas os profissionais precisarão saber se autogerir, sem ter alguém que os conduza pela mão.
Colaboração entre colegas
Ao aderir às aulas remotas na pandemia, muitas escolas começaram a incorporar modelos ativos de aprendizagem em seus processos. Esses modelos, além de valorizarem a autonomia e o protagonismo, também estimulam o aprendizado colaborativo, no qual os alunos são incentivados a trocar informações entre eles e a aprender uns com os outros.
Pode parecer estranho falar nessa colaboração entre colegas em um cenário de isolamento social, mas pense bem. É preciso mesmo haver contato físico para que crianças e adolescentes se comuniquem uns com os outros? É claro que não. Com a tecnologia, eles podem trocar informações, materiais, links, etc., e até formar grupos de trabalho e dividir tarefas.
O aprendizado colaborativo favorece o desenvolvimento de competências interpessoais nos estudantes, como por exemplo: comunicação, trabalho em equipe, persuasão, flexibilidade, empatia, espírito de colaboração e responsabilidade. Pesquisas realizadas pela Orange County Career dão conta de que as habilidades interpessoais são responsáveis por 85% do sucesso profissional nas carreiras.
Se essas skills já são valorizadas hoje, serão ainda mais cruciais em um futuro no qual o setor produtivo tende a ser altamente automatizado. É nisso o que aposta o Banco Mundial, ao concluir no “Relatório Mundial de Desenvolvimento 2019 — A natureza mutável do trabalho” que crianças que estão hoje no ensino fundamental irão trabalhar em setores e ocupações que ainda nem existem. O documento recomenda que os governantes invistam em habilidades interpessoais dos profissionais do futuro, pois elas poderão ser usadas independentemente da natureza do trabalho de amanhã.
Criatividade na execução das atividades
No contexto de aulas remotas, não foram só os professores que precisaram se reinventar, mas os alunos também. Antes, quando os professores passavam trabalhos como maquetes, projetos, experimentos de ciências, produções de artes, entre outros, era tranquilo para os estudantes ou para os pais irem atrás dos itens necessários em papelarias ou onde fosse preciso. Com o isolamento social, isso ficou um pouco mais complicado.
O desafio, porém, trouxe a oportunidade de os alunos começarem a pensar em soluções criativas para a apresentação dos trabalhos, usando apenas recursos de casa ou do meio digital. Experimentos já demonstraram que em um cenário de escassez de recursos, o cérebro se força a ser mais criativo, resolvendo problemas práticos por meio de novos usos e aplicações. A conclusão é de que quando há abundância, não há incentivo para usar os recursos disponíveis de formas inovadoras.
Essa criatividade que as aulas remotas estão ajudando a desenvolver é uma competência de grande relevância para os profissionais do futuro, de acordo com a ONU. A robótica – que dominará muitas das atividades produtivas nas próximas décadas – ainda não é capaz de atingir a capacidade criativa de um cérebro humano. Profissionais com essa habilidade sempre serão necessários.
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Talvez você já tenha percebido que as aulas remotas são uma realidade que a sua escola ainda terá que conviver por muitos meses. Se durante um tempo se pensou que elas acabariam quando as escolas fossem reabertas, agora já se sabe que isso não acontecerá. Mesmo quando as aulas presenciais voltarem, ainda será preciso manter o distanciamento social, e ele só é viável com aulas híbridas. Ou seja, os alunos terão que se alternar em grupos presenciais e remotos.
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