Não é fácil agradar todo mundo, e quando o assunto é alimentação, não se trata só de uma questão de gosto: é a saúde que entra em jogo. Outros fatores também pesam na escolha da dieta, como religião, raízes culturais, preferências pessoais, entre outros. Como não é possível prever ou controlar todas essas variáveis, o melhor que a escola pode fazer é conhecer seu público e abrir o espaço para o diálogo sobre a merenda escolar.
Enquanto algumas instituições adotam soluções mais drásticas, como bloquear a compra de certos alimentos na cantina, outras apostam na informação como instrumento primordial de ação, enviando relatórios diários da alimentação dos alunos para os pais, além de medições de peso e gordura algumas vezes no ano.
No livro A Hora do Lanche, a autora canadense Andrea Curtis elogia as refeições servidas no horário do almoço nas escolas brasileiras, valorizando a combinação de arroz e feijão, as carnes grelhadas e a oferta de frutas e verduras. A obra também serve para ilustrar as diferenças culturais, em um primeiro momento associadas a identidades nacionais, mas que cada vez mais ultrapassam fronteiras.
Na Índia, por exemplo, a predominância da religião hinduísta faz com que grande parte da população não consuma carne. Consequentemente, o dal, que é um cozido de cereais como lentilha, ervilha e grão de bico, é um dos principais alimentos servidos para as crianças, garantindo uma boa oferta de nutrientes.
Em 2012, o IBOPE realizou um levantamento sobre o vegetarianismo no Brasil e apontou que 8% da população brasileira se abstém de carne. Se somarmos a isso os 107 mil judeus residentes no país, concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, podemos deduzir que é importante consultar os pais antes de ofertar derivados de porco na merenda escolar.
Na dúvida, o mais garantido mesmo é perguntar. Se você possui um aplicativo de comunicação escolar eficiente, é fácil realizar uma enquete e descobrir em tempo real a preferência da sua comunidade. Na imagem a seguir, criamos um exemplo trivial, mas que reflete a realidade de eventos nas escolas.
Para encerrarmos nos colocando no lugar dos alunos que estão descobrindo o mundo através do paladar, confira algumas reações de crianças ao provarem certos alimentos de gosto forte pela primeira vez. É muito engraçado e todos nós já passamos por isso!
Leia mais
– Restrições alimentares: como melhorar a comunicação entre pais e cantina
– Cantinas escolares: como envolver os pais na escolha dos alimentos disponíveis