Ensino híbrido. Você que é professor, ou mesmo gestor escolar, certamente já se deparou com o termo. Não poderia ser diferente, ele está em todos os holofotes, e como tendência forte que é, ganhou a sua atenção, não é mesmo? Neste post você encontrará alguns hacks sobre o assunto, e as maneiras possíveis de aplicar esse formato pedagógico. Então, venha comigo!
O que é ensino híbrido?
Ensino híbrido, ou blended learning, é um formato educacional que mescla aprendizado online e offline em uma atuação complementar. Essa forma de ensino pode ser aplicada por meio de modelos sustentados (que mantêm elementos da educação tradicional) ou disruptivos (que rompem com a educação convencional). Os espaços para aprendizado são repensados e a própria presença física muitas vezes é flexibilizada.
O formato educacional tem como forte alicerce o emprego de novas tecnologias digitais na escola, e valoriza a percepção de que os alunos aprendem de maneiras diferentes uns dos outros. Nessa visão, existe o incentivo à autonomia do estudantes em determinados aspectos da própria educação, para que sejam agentes ativos da construção do conhecimento.
Quais modelos contemplam o ensino híbrido?
Como falamos no tópico anterior, o formato de ensino híbrido pode ser aplicado por modelos sustentados ou disruptivos:
Sustentados
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Rotação por estações
A ideia do modelo “rotação por estações” é dividir os alunos em grupos dentro de um mesmo espaço, as “estações”. Obrigatoriamente, ao menos uma delas precisa ser online. O objetivo é que os alunos pratiquem atividades diferentes em cada estação de forma colaborativa, e rodem entre elas ao final do tempo predeterminado, passando por todas até a conclusão da aula.
Mas atenção! Ao escolher as tarefas, se atente ao tempo que o seu aluno passará em cada estação, para que ele possa concluí-las antes de ir para a próxima. É importante também que as atividades não tenham dependência umas das outras, para que o estudante possa começar em qualquer local, sem necessidade de linearidade.
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Laboratório rotacional
Neste modelo, tanto a parte offline quanto a online ocorrem presencialmente. A turma é dividida em dois grupos e, por um tempo estipulado, um deles realiza atividades de forma autônoma em um laboratório computacional, enquanto que o outro em um espaço offline determinado pelo professor, como uma sala de aula ou um laboratório de ciências, por exemplo. Após o tempo determinado, os alunos de um grupo trocam de lugar com os do outro.
Se a ideia te interessou, aqui vai uma dica: os professores de duas turmas podem combinar para a parte online ser realizada em conjunto. O grupo de uma turma pode usar a estação computacional ao mesmo tempo que o grupo da outra. Assim, a otimização dos espaços fica mais fácil e os alunos têm a oportunidade de trocar conhecimentos com pessoas diferentes.
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Sala de aula invertida
Entre os modelos sustentados de ensino híbrido, este é o único em que o momento online é feito à distância. As atividades se dividem em três partes. Na primeira, os alunos estudam previamente em casa, com o uso da internet, um conteúdo que pode ser definido pelo professor ou não.
Depois, na segunda parte, os estudantes constroem o aprendizado de forma conjunta com o professor, usando os conceitos que estudaram antecipadamente. Nesse momento, os conhecimentos são debatidos, aprofundados e validados.
Na terceira parte, que ocorre fora de sala de aula, o aluno emprega pesquisas e ferramentas online para complementar e fixar o aprendizado. Ele pode utilizar recursos audiovisuais, textuais, jogos ou o que preferir para consolidar o conhecimento.
Disruptivos
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Rotação individual
A rotação individual também integra os modelos rotacionais de ensino. Se você não entendeu o porquê de ela estar aqui, entre os formatos disruptivos, logo entenderá. Acontece que nesse modelo o aprendizado é trabalhado de forma mais individualizada, partindo do entendimento de que as pessoas não aprendem todas da mesma forma.
A turma é dividida em estações, com uma obrigatoriamente online, mas cada aluno tem o próprio roteiro de atividades para praticar nelas, de acordo com o perfil de aprendizagem que tem. Esse cronograma personalizado pode ser traçado por professores ou por softwares. No segundo caso, o sistema pode avaliar o desempenho do aluno e, com base no resultado, definir quais serão as atividades que ele fará no dia seguinte.
O perfil do aluno também dirá se ele deve passar por todas as estações ou não. É importante que se tenha claro qual objetivo se almeja atingir, e que as tarefas conduzam a ele.
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Flex
Se o rompimento com o ensino tradicional já começou a aparecer no formato “rotação individual”, no modelo flex ele se revela totalmente. O ambiente de aprendizagem é dividido em espaços, como laboratório de ciências, estação com computadores, área social para a troca de ideias, entre outros. A intenção é que os alunos possam circular entre eles com flexibilidade, sem tempo fixo para a permanência em cada estação e sem separação entre turmas e séries, podendo todas frequentar os espaços simultaneamente.
As atividades, assim como no modelo anterior, também são personalizadas por aluno, e podem ser realizadas individualmente ou em pequenos grupos. A tecnologia aqui é empregada como nunca, e os professores atuam mais como facilitadores, fornecendo as orientações que forem necessárias.
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À la carte
O modelo à la carte coloca no colo do aluno o peso da responsabilidade sobre o próprio aprendizado. Ele e o professor definem juntos quais são os objetivos gerais que devem ser alcançados, e o estudante então organiza seus estudos para atingi-los. As aulas são divididas em dois momentos: offline e online.
A parte offline é presencial, enquanto que a online pode ocorrer em um ambiente da escola ou à distância, e consiste na execução de aulas completamente virtuais de uma disciplina escolhida pelo próprio aluno, com o suporte de um tutor online.
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Virtual enriquecido
A tecnologia está enraizada em todos os formatos de ensino híbrido que vimos até aqui, mas neste ela é o próprio sustentáculo do modelo. O aprendizado é basicamente virtual, e a parte offline ocorre geralmente uma vez por semana em encontros presenciais agendados entre tutores e alunos para o acompanhamento dos estudos.
Qual a vantagem de usar modelos de ensino híbrido?
Se tanta “modernidade” te assustou, respire fundo, estufe o peito e encare o medo do novo, pois a evolução simplesmente vem, e ela chega sem pedir passagem. E se você não se concentrar no medo, poderá até, quem sabe, encontrar muitas vantagens.
Quer conhecer algumas delas? Então vamos lá:
Aumento da responsabilidade do aluno
Em geral, você diria que os seus alunos têm responsabilidade com os estudos? Aposto que não a maioria, acertei? Com o ensino híbrido isso pode mudar, já que o formato dá autonomia ao estudante, fazendo com que contribua para a construção do próprio conhecimento, o que desperta nele o senso de responsabilidade.
Dinamismo
Crianças e adolescentes têm muita energia e a mente a mil, então quando suas capacidades não são instigadas, o tédio chega, e chega com tudo. Se a aula não prende a atenção deles nos 20 primeiros minutos, os pensamentos se dispersam e a assimilação das informações fica comprometida. No ensino híbrido há muito mais dinamismo, diversificação de atividades e troca de conhecimentos, o que espanta o tédio dos jovens e permite que o conhecimento se solidifique.
Aprimoramento de habilidades sociais
A interação entre os alunos é muito amplificada no ensino híbrido, pois há um estímulo ao debate de ideias, à construção colaborativa do conhecimento e à movimentação por espaços diferentes com colegas diferentes. Isso permite que os estudantes possam aprimorar, desde cedo, as habilidades sociais que serão tão importantes na vida adulta, tanto no âmbito pessoal quanto profissional.
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