O século XXI trouxe uma mudança cultural à educação. A ideia de que o conhecimento segue uma linha hierarquizada de transmissão – na qual o aluno é o receptor, e nunca a fonte – está ruindo. Novas metodologias começam a surgir e a relativizar esse conceito. Elas entendem que o estudante também é capaz de aprender sozinho ou com os próprios colegas. E mesmo as escolas que não adotam tais métodos podem abrir um espaço para o aprendizado colaborativo criando, de forma virtual, grupos de alunos para a troca de informações e de materiais de estudo.
No post de hoje você vai entender tudo sobre esse assunto, desde os motivos pelos quais as escolas deveriam se abrir para essa ideia até as orientações para dar os primeiros passos nesse sentido. Vamos lá? Me acompanhe!
Por que o aprendizado colaborativo é importante?
Aprender de forma horizontal, com os próprios colegas, não é apenas um modismo. A evolução tecnológica permitiu a democratização do conhecimento. Hoje ele não está só nos livros e no meio acadêmico, está por toda parte e ao alcance de todos. E há tanto para se aprender, tantos exabytes de informação, que uma pessoa só não é capaz de abarcar todo esse conhecimento e repassá-lo, isso só pode ser feito de forma colaborativa.
Entendeu aonde estou querendo chegar? O professor sozinho não dá conta de transmitir tudo o que há para se saber sobre um determinado assunto. Os alunos também trazem experiências na bagagem, como situações que vivenciaram, vídeos que assistiram, conversas que trocaram e informações que leram. Por que então desprezar esse saber? Essas “mentes cheias de informação” podem agregar novos conhecimentos ao grupo – e isso acontecerá, formal ou informalmente.
Você tem duas opções diante desse cenário: ver o copo meio cheio ou meio vazio. A evolução é algo incontrolável, mas a decisão de olhar para a realidade com entusiasmo, percebendo que o aprendizado pode mais hoje do que podia ontem, ou então vê-la com incerteza e desagrado, é só sua.
Reflita, o objetivo que se busca em sala de aula é o aprendizado, certo? E na sua opinião, os alunos aprendem mais como espectadores ou como protagonistas desse processo? Eles se interessam mais pelo assunto abordado se ficam só ouvindo ou se podem debatê-lo e “colocar na roda” as informações que trouxeram de casa?
Quais metodologias valorizam a troca de conhecimentos
Há diversas metodologias que valorizam o aprendizado aluno – aluno, e aqui você vai conhecer algumas delas:
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Aprendizagem baseada em problemas
A aprendizagem colaborativa é o próprio cerne desse método de aprendizagem. Nele, um problema é apresentado pelo professor e os alunos formam grupos e tentam encontrar a solução. Podem valer-se, para isso, de recursos tecnológicos e pesquisas na internet. O propósito é que as equipes investiguem, debatam e interpretem os dados encontrados, chegando a uma resolução.
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Sala de aula invertida
Nesse método de ensino os alunos estudam antecipadamente em casa – com a ajuda da internet – um conteúdo estipulado pelo professor. Depois, em sala de aula, o assunto é debatido pelos estudantes e pelo educador, que constroem o conhecimento em conjunto. Assim, todos ensinam e todos aprendem.
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Aprendizagem baseada em times
A dinâmica de colaboração está presente também nesse método, que mistura um pouco dos dois anteriores. O “Aprendizagem baseada em times” estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e a habilidade de trabalhar em equipe. Para isso, a turma é dividida em grupos de alunos e um desafio é lançado pelo professor, que atua como um facilitador. Os estudantes devem se preparar previamente em casa para, em sala de aula, encontrarem soluções por meio do debate e da reflexão nos times.
Como começar usando grupos de alunos virtuais
Se você comprou a ideia do aprendizado colaborativo, mas não sabe por onde começar a implantá-lo, já que a sua escola não adota atualmente nenhuma metodologia que valorize esse conceito, fique tranquilo que há solução. A dica é começar pelas beiradas, abrindo um espaço virtual no canal de comunicação da escola para que os estudantes possam interagir entre eles e trocar materiais que encontrarem na internet.
Talvez você tenha pensado que o caminho mais fácil seja criar esses grupos de alunos em uma ferramenta como o WhatsApp. Pode até ser o mais fácil, mas certamente não é o mais recomendável. Os estudantes precisam interagir sim, mas é importante que essa interação fique dentro do controle da escola, para que algo bom não acabe se tornando negativo. Afinal, sabemos que o cyberbullying existe, e para não abrir espaço a ele, a escola precisa poder monitorar e moderar o canal, conseguindo bloquear conteúdos ofensivos, caso alguém tente publicá-los.
E como um dos objetivos dos grupos de alunos é a troca de materiais para pesquisa, também é importante que a ferramenta utilizada permita o envio de arquivos pesados em diversos formatos, sem comprometer a memória do celular dos estudantes. O armazenamento em nuvem, por exemplo, é uma opção que resolve o problema, e é um meio utilizado por cada vez mais empresas, inclusive por nós aqui da ClipEscola.
A dica então é investir inicialmente na interação virtual entre os estudantes, abrindo grupos de alunos na ferramenta oficial de comunicação da escola, e depois que essa colaboração estiver amadurecida, ir além. Os próximos passos podem ser testar metodologias que valorizem essa troca em algumas aulas, depois em todas e, quem sabe, até reformular a arquitetura de alguns espaços da escola para favorecer esse aprendizado colaborativo. Pense nisso. Abra a sua mente!
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