Impactos da falta de tecnologia em escolas públicas no segundo ano de pandemia

Falta de tecnologias em escolas públicas

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Sumário

Ninguém estava preparado para ela. A pandemia de Covid-19, mais do que fechar as portas das escolas em março de 2020, escancarou a todos uma indigesta realidade: há um abismo educacional no Brasil. O ensino em escolas públicas, que já era carente de tudo, se deparou com mais uma barreira, a tecnológica. Enquanto em alguns lugares houve mobilização para derrubá-la, em outros, a estagnação tomou conta. Já estamos no segundo ano de pandemia, e a educação ainda não alcançou a todos. Se não avançarmos agora de forma rápida e significativa, os impactos podem ser maiores e com efeitos perenes.

 

Panorama do primeiro ano de pandemia em escolas públicas

 

A pandemia, é claro, pegou a todas as instituições de ensino de surpresa, mas a reação a ela tardou mais em escolas públicas. Os motivos para isso saltam aos olhos. Um país com 4,8 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à internet, segundo apurou a pesquisa TIC Kids Online 2019, não estava preparado para o ensino remoto. Se ainda aliarmos isso ao fato de que muitos estudantes não tinham sequer um aparelho celular, e de que  instituições da rede pública, em geral, são carentes de tecnologias educacionais, conseguimos ter uma boa ideia dos porquês.

 

Diante desse contexto, o que se viu no primeiro ano de pandemia foi um grande número de alunos de escolas públicas de diversos estados ficando meses sem nenhum tipo de atividade pedagógica. Em algumas capitais, esse tempo sem estudos chegou a durar de três a cinco meses. Mesmo nas regiões em que havia atividades remotas, as aulas com transmissão ao vivo foram uma exceção. Das 27 capitais brasileiras, apenas Salvador as realizou no primeiro semestre, e só com alunos do 6º ao 9º ano, conforme informações da Folha de São Paulo.

 

Em todo o território nacional, cerca de 1,5 milhão de crianças e adolescentes entre seis e 17 anos não estava frequentando a escola nem de forma física e nem remota em novembro de 2020, de acordo com uma pesquisa da Unicef. Outros 3,7 milhões de alunos, embora matriculados, não conseguiram ter acesso a atividades escolares até o mesmo período.

 

Em um cenário geral, quando ocorreram atividades remotas, elas se deram por recursos tecnológicos não específicos para EaD, como redes sociais e WhatsApp. Os alunos sem acesso à internet recebiam materiais impressos em casa ou precisavam ir buscá-los na instituição. Televisão, rádio e YouTube também foram canais utilizados para as aulas. Em algumas regiões, as atividades pedagógicas remotas não eram obrigatórias, e não havia acompanhamento e nem avaliação.

 

Como você pode ver, a pandemia teve um grande impacto na aprendizagem, principalmente de alunos de escolas públicas. Em alguns locais, porém, as iniciativas de gestores públicos jogaram um pouco de luz nesse cenário nebuloso. Veja ações que ocorreram em alguns municípios, e que servem de inspiração para todos os demais: 

 

 


Panorama do segundo ano de pandemia em escolas públicas

 

Em 2021 as escolas começaram a reabrir gradualmente, mas não com a capacidade total. Como é preciso seguir protocolos de segurança – entre eles o distanciamento social – as instituições, em geral, dividiram a turma em grupos híbridos, que se revezam entre aulas presenciais e remotas.

 

Como você pode perceber, a educação continua dependendo da tecnologia no segundo ano da pandemia. As escolas públicas, porém, ainda estão longe de conseguir oferecer todo o suporte tecnológico necessário para que o aprendizado chegue a todos, e sem perda de qualidade.

 

As iniciativas de alguns governos municipais e estaduais para promover a inclusão digital dos alunos sem internet e celular, é claro, ajudaram a melhorar o cenário em algumas regiões. Para haver um resultado expressivo, no entanto, é preciso que tais ações sejam adotadas em larga escala no país.

 

Impactos em curto e longo prazo

 

A falta de tecnologia nas escolas públicas em todo o cenário pandêmico provoca uma série de impactos, tais como:

 

Falta de preparo para seguir com o cronograma letivo

 

Alunos que ficaram longos períodos sem nenhum tipo de atividade pedagógica; que tiveram acesso a conteúdos, mas de forma precária; que tiveram menos quantidade de horas de estudos por dia; ou que não tiveram acesso ao professor durante a quarentena; podem não conseguir acompanhar as próximas atividades do cronograma letivo com um bom aproveitamento.

 

A lógica é simples: como é possível aprender um novo conceito que tenha uma relação de dependência com o conceito anterior, se esse conceito anterior não foi bem assimilado? Como avançar nos conteúdos didáticos sem uma base sólida? 

 

Alunos que tiveram o aprendizado muito impactado no período de quarentena podem sentir que os assuntos estão se atropelando. Assim, o ensino continuará sofrendo com os impactos da pandemia mesmo quando ela já estiver superada. Quanto mais tempo as escolas públicas demorarem para implementar tecnologias educacionais – capazes de permitir um aprendizado remoto e híbrido bem estruturado – mais esse quadro se agravará, o que nos leva ao próximo tópico.

 

Evasão escolar

 

Evasão escolar é um outro impacto possível do cenário pandêmico. Estudantes que tiveram o aprendizado prejudicado em 2020, e que ainda em 2021 continuam estudando de forma precária, podem perder a motivação para continuar.

 

Como você viu no tópico anterior, a falta de um aprendizado estruturado no período pandêmico compromete todo o cronograma letivo. Muitos alunos podem não conseguir avançar nos estudos, tirando assim notas baixas, reprovando e, por fim, largando a escola

 

Para você ter uma ideia de como essa conexão faz sentido, uma pesquisa do instituto Datafolha – que entrevistou os responsáveis por mais de 1,5 mil de alunos de escolas públicas – identificou que 31% deles têm medo de que os filhos abandonem a escola após a pandemia. Os entrevistados também relataram uma falta de motivação em mais da metade dos estudantes.

 

Diminuição das chances de passar no vestibular

 

Quando o aprendizado remoto e híbrido não tem uma boa base, os impactos disso podem ser sentidos a longo prazo. Como já mencionamos, os conteúdos pós-pandemia também acabarão sendo prejudicados pela falta de uma base sólida dos assuntos anteriores. Assim, toda a educação do aluno ficará comprometida, o que reduzirá ainda mais as chances de que ele passe no vestibular.

 

Você percebe o que isso significa? Os estudantes de escolas públicas veem na faculdade a chance de progredir na vida, mudando a realidade econômica atual que têm. A falta de tecnologias que garantam a qualidade do EaD prejudicará esse acesso, que sabemos, já é desigual. Portanto, é urgente que o poder público adote ações para minimizar esses impactos o máximo possível, para que mais alunos da rede pública possam ter acesso à educação superior.

 

Aumento das desigualdades sociais

 

Se você ainda não anteviu a ponta final de todo esse ciclo que começa com a pandemia e a falta de estrutura tecnológica das escolas, te apresento ela aqui. Para que fique mais claro, vou dividir em caminhos e etapas:

 

  • Caminho 1 – Aprendizagem precária na pandemia > Dificuldade em acompanhar conteúdos posteriores > Evasão escolar
  •  Caminho 2 – Aprendizagem precária na pandemia > Dificuldade em acompanhar conteúdos posteriores > Reprovação no vestibular

 

Percebeu como o futuro desses alunos se desenha? O estudo é a maior arma que pessoas de baixa renda têm para mudar seus destinos. Quando a pandemia faz com que a educação seja interrompida, ou ocorra de forma precária, isso acaba selando o destino de boa parte dos alunos de escolas públicas, o que resultará, a longo prazo, em um aumento considerável das desigualdades sociais. Por isso, mais uma vez, as atitudes do poder público se fazem urgentes neste segundo ano de pandemia.

 


O que é preciso mudar

 

O tempo está correndo, então, se você é gestor público, não espere mais para agir. Veja o que é preciso:

 

Inclusão digital dos alunos

 

Se foi identificado na sua região que muitos dos estudantes não têm internet ou um aparelho para assistir às aulas online, ou mesmo para receber atividades remotas, essa é a primeira frente a atacar

 

Você viu mais acima que em alguns municípios os gestores públicos tomaram atitudes como distribuição de chips com internet e campanha de arrecadação de celulares para os alunos, não é? Se isso ainda não foi feito no seu município, então, mãos à obra!

 

Adoção de tecnologias educacionais de qualidade

 

Como já falamos também, muitos estudantes estão tendo acesso à aulas e atividades, mas de forma precária, e por recursos que não são próprios para aulas remotas e híbridas. Isso afeta a qualidade final do aprendizado desses alunos, e é uma frente que também precisa ser atacada.

 

A forma de lidar com isso é a aquisição, pelo poder público, de plataforma que supra todas as necessidades de EaD, e que permita, inclusive, transmissões ao vivo, pois pesquisas mostram que estudantes que têm mais contato com o professor estudam mais. Esse tipo de tecnologia é usado amplamente por escolas particulares, mas também está ao acesso da rede pública.

 

A solução que desenvolvemos aqui na ClipEscola, por exemplo, contempla um Ambiente Virtual de Aprendizagem bem completo, com salas de aula para transmissões ao vivo; envio de materiais aos alunos de forma categorizada por disciplina e sem consumo de memória; tira-dúvidas por agenda digital; fóruns; acompanhamento do status de entrega das atividades; controle de frequência dos alunos; entre outros. Confira mais detalhes por aqui.

 

Treinamento dos professores para o uso de tecnologias

 

Em geral, os professores não são experts em tecnologia. Então, para que as aulas remotas e híbridas ocorram com a melhor qualidade, é importante também pensar no treinamento dos educadores para o uso de tecnologias educacionais, principalmente da plataforma adotada para as aulas.

 

Vou te citar o exemplo do que fazemos aqui na ClipEscola, tá? Aqui temos um EaD para clientes com todas as instruções necessárias para que os professores, gestores e outros colaboradores da escola dominem todos os recursos da solução. Eles ainda podem rever os treinamentos quantas vezes sentirem necessidade. Caso ainda assim tenham dúvidas, podem saná-las com o nosso time de Sucesso do Cliente. Dessa forma, conseguirão aproveitar bem todos os recursos do Ambiente Virtual de Aprendizagem e entregar a máxima qualidade de ensino aos alunos!

 

Leia mais
– Inclusão Digital: como promovê-la em instituições públicas
– Como contratar a ClipEscola para a Redes Públicas de Ensino


Você percebeu que a falta de tecnologia em escolas públicas pode causar impactos profundos e duradouros no futuro dos alunos, não é? Se você tem o poder de mudar isso, não espere!

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