Sorte ou azar? É claro que a suspensão das aulas presenciais foi ruim. No entanto, cenários críticos também trazem em si oportunidades de evolução. Em geral, o progresso acontece mais na tempestade do que na calmaria, porque é quando somos empurrados para fora da nossa zona de conforto. É dessa forma que você pode encarar o momento atual, e aproveitá-lo para enfim tomar coragem para experimentar as metodologias ativas de aprendizagem!
Você certamente você já ouviu falar delas, se interessou, mas ficou com medo de mudar a forma como as coisas eram feitas, estou certa? É compreensível, pois a zona de conforto é um lugar muito difícil de sair. Mas agora que você já está fora dela, aproveite! Faça do azar a sorte, e da dificuldade uma grande oportunidade para a sua escola se reinventar!
Fale mais sobre essas Metodologias Ativas de Aprendizagem…
Ahhhh… te fisguei pela curiosidade? Como eu disse, sei que você já ouviu falar das Metodologias Ativas de Aprendizagem, mas é diferente ler algo que parece uma possibilidade remota e ler algo com a atenção e o foco certos, não é verdade? Então agora limpe a mente e vamos falar sobre esses novos modelos como se estivéssemos em uma reunião de brainstorming, já sabendo que dela sairá uma boa ideia para ser aplicada right now!
Então, comecemos pela definição: Metodologias Ativas de Aprendizagem são modelos nos quais o aluno não é aquela pessoa que “senta e assiste”, como se ele fosse um simples invólucro vazio esperando para ser preenchido por conhecimento. Nessas metodologias o estudante sai do papel passivo para se tornar um agente ativo do próprio conhecimento, um protagonista da própria história.
Existem vários modelos que podem ser utilizados para o alcance desse objetivo. A escola pode, inclusive, aplicar mais de um deles em disciplinas diferentes ou em momentos diferentes da mesma disciplina. Vamos falar sobre eles no próximo tópico:
Modelos de Metodologias Ativas de Aprendizagem
Há diversos modelos de aprendizagem ativa, e agora você vai conhecer alguns deles:
Sala de Aula Invertida
A sala de aula invertida é um dos modelos de metodologias ativas de aprendizagem mais famosos. A ideia é que os alunos estudem previamente o conteúdo que será trabalhado em aula, utilizando para isso materiais disponibilizados pelos professores – videoaulas, podcasts, textos, etc. – e pesquisas na internet. Assim, quando o momento da aula chegar, o estudante já estará com bastante bagagem sobre o assunto, e o encontro com professor (que nesse caso tem papel de tutor) e colegas será voltado ao debate de ideias, esclarecimento de dúvidas e realização de dinâmicas de grupos.
A ideia de sala de aula invertida surgiu em 2007, quando os professores Jonathan Bergmann e Aron Sams decidiram criar uma estratégia para impedir que os alunos deles ficassem atrasados nos estudos, já que muitos faltavam às aulas devido a competições esportivas. Assim, eles começaram a gravar a parte explicativa das aulas e disponibilizar os vídeos aos estudantes, para que eles pudessem estudar o material em casa e ir às aulas para tirar dúvidas.
O modelo de sala de aula invertida hoje tem ganhado cada vez mais visibilidade. Ele pode ser aplicado de diversas maneiras, e em geral ocorre de forma híbrida (uma parte online e uma offline). Com o isolamento social, a parte offline atualmente não é viável, mas o modelo de sala de aula invertida pode ser aplicado desde já. Nesse caso, o aluno pode estudar antecipadamente os materiais fornecidos pelo professor, e a parte de debate de ideias e de tira-dúvidas pode ser feita por meio de transmissões ao vivo.
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)
Um outro modelo em que é possível aplicar metodologias ativas de aprendizagem é o da Aprendizagem Baseada em Projetos. Pelo nome, você já deve ter percebido que é algo bem prático, não é? E está certo, realmente esse é um método totalmente “mão na massa”.
O professor, nesse modelo, conduz o ensino por meio de projetos, que iniciam com o lançamento de um desafio que deve ser resolvido por grupos de alunos por meio de investigação. Essa investigação pode incluir pesquisas na internet, entrevista com fontes, busca em periódicos e acervos, experiências, etc. O resultado final pode ser um projeto de pesquisa, um curta-metragem, um podcast, um robô, um experimento, um artigo, entre outros. O importante é que, no final, o objetivo de aprendizagem seja alcançado.
Esse modelo, que em épocas normais pode facilmente ser aplicado de maneira híbrida – com os alunos realizando pesquisas online e de campo, recebendo orientações do professor nas aulas presenciais e trocando ideias com os colegas sobre o curso do projeto – neste momento de pandemia pode ser feito de forma totalmente online.
Os estudantes não poderão “ir a campo”, mas conseguirão realizar pesquisas, consultar bases de conhecimento e até realizar entrevistas pela internet. As aulas com as orientações podem ser feitas por transmissões ao vivo, bem como as reuniões de grupo dos alunos. Depois, quando as aulas presenciais voltarem, basta continuar com o modelo de maneira híbrida.
Aprendizagem entre pares
O modelo de ensino “Aprendizagem entre pares” foi criado nos anos 90 pela Universidade Harvard, nos EUA, e integra as metodologias ativas de aprendizagem. Ele ocorre por meio da divisão da turma em duplas, que devem responder a questões utilizando app com possibilidade de mapeamento de respostas.
Na dinâmica, o professor apresenta as questões à turma, e as duplas tentam resolvê-las em conjunto, podendo pedir esclarecimentos ao professor. As respostas são colocadas no app, e o professor mensura os resultados. Com base no índice de acertos gerais da turma, ele pode seguir por três caminhos para que o objetivo de aprendizado seja atingido:
- 1º (mais de 70% de acerto das duplas): O professor faz uma exposição dialogada sobre o assunto (com a participação ativa dos alunos) e apresenta uma nova questão;
- 2º (acertos gerais entre 30% e 70%): O professor reagrupa a turma em grupos pequenos, e os estudantes explicam o assunto uns aos outros;
- 3º (menos de 30% de acertos em geral): O professor faz uma explicação expositiva sobre o assunto.
Se você está achando que precisa esperar pela volta às aulas presenciais para aplicar esse modelo, por causa da divisão da turma em grupos, engana-se. As duplas não precisam de contato físico para trocar informações, esse contato pode ser virtual. O mesmo app usado para mapeamento das respostas também pode ser usado para a comunicação entre os alunos. Até a transmissão da aula para exposição dos assuntos pode ser por ali. Então, não deixe para depois o que já pode ser feito hoje!
Como começar a aplicar metodologias ativas de aprendizagem agora?
Não espere pela volta das aulas presenciais para começar a aplicar as metodologias ativas de aprendizagem. O amanhã é uma bengala que usamos constantemente, e quanto mais nos apoiamos nela, mais difícil é de largá-la. Todos os modelos que apresentamos aqui são perfeitamente praticáveis por meio do ensino remoto, então é possível sim começar a usá-los agora. Depois, quando tudo passar, é só fazer os ajustes para continuar com eles de forma híbrida.
Então, para que a sua escola possa dar o start agora, ela precisará de recursos digitais. O ideal é concentrar todas as necessidades a serem atendidas em uma única ferramenta, para tudo ficar mais organizado, eficiente e até para a escola não ter um gasto muito grande com a adesão de diversas soluções.
A Plataforma de Transformação Digital que desenvolvemos aqui na ClipEscola, por exemplo, contempla tudo o que é necessário para a realização de aulas que empregam metodologias ativas de aprendizagem. Por ela a escola consegue:
- Realizar transmissões ao vivo pelas salas de aula virtuais
- Enviar videoaulas gravadas
- Enviar materiais de apoio em diversos formatos
- Aplicar provas e exercícios
- Receber trabalhos e redações
- Tirar dúvidas dos alunos ao vivo por voz ou por chat
- Enviar recados digitais aos alunos e pais
- Manter os alunos em contato uns com os outros por meio de grupos moderados
- Realizar reuniões com os pais e com a equipe interna
Todas as sugestões de modelos de ensino que você viu aqui podem ser praticados com o suporte da ferramenta. Se quiser mais informações, é só clicar aqui.
Leia mais
– Aulas híbridas: online e offline juntos para uma nova experiência de aprendizado
– Transformação Digital no Ensino: como ela foi acelerada pela pandemia