Seja no início do ano ou ao final do bimestre, ela é uma constante nas rotinas escolares. É claro que estou falando da reunião de pais. O momento é uma oportunidade para a instituição trazer os responsáveis para a realidade escolar, passando a eles um vislumbre do dia a dia. É também a ocasião para transformar os pais em aliados, orientando-os a como contribuir para a melhora do desempenho/comportamento do aluno.
Hoje você vai conhecer alguns temas relevantes para trazer às reuniões de pais – tanto as que ocorrem de forma coletiva quanto as mais individualizadas – para fazer dos encontros momentos altamente produtivos. Confira:
Planejamento pedagógico para o ano letivo
Essa pauta é para a primeira reunião de pais do ano. É interessante que a instituição deixe-os a par dos conteúdos que serão trabalhados no decorrer do ano letivo, bem como dos objetivos de aprendizagem relacionados.
Compartilhar essas informações com os responsáveis previamente dará a eles a compreensão de todo o processo, e permitirá que possam se envolver mais no aprendizado dos filhos, conversando com eles sobre assuntos relacionados e estimulando-os com vídeos, leituras, jogos e outros materiais que abordem as temáticas.
Dependendo dos conteúdos programáticos, pode ser que os pais se lembrem de também terem estudado-os na época em que eram alunos, e possam assim trocar experiências com os filhos. Essa troca permite a criação de um elo emocional com o assunto, que é um fator fundamental no processo de fixação de memórias.
Acompanhamento diário da comunicação escolar
Além de os pais saberem em um âmbito geral quais conteúdos fazem parte do planejamento para o ano letivo, é essencial que acompanhem o dia a dia do aluno. A forma de fazerem isso é por meio do canal utilizado pela escola para a comunicação escolar. A reunião de início de ano é uma boa oportunidade para a escola dar ênfase na importância desse acompanhamento.
É claro que se o canal de comunicação da escola for a agenda de papel, provavelmente os pais até irão olhar os recados nas primeiras semanas após a reunião, mas no decorrer do ano letivo, acabarão esquecendo. Por mais que a instituição frise o quanto é importante o acompanhamento da rotina da criança, o fato é que agenda física é um canal de comunicação de baixa eficiência. Uma alternativa eficaz é a escola substituir a agenda de papel pela digital, que entrega os recados dos professores diretamente ao celular dos responsáveis. A instituição pode usar a reunião de início de ano para comunicar a troca aos pais e explicar como será o funcionamento.
Como a facilidade será maior, o acompanhamento dos responsáveis aos recados dos professores não ocorrerá apenas nos primeiros dias após a reunião – devido ao “lembrete” dado – mas será algo perene. Assim, a reunião funcionará como um gatilho para dar início a uma jornada virtuosa de acompanhamento da rotina escolar.
Comportamento do aluno em sala de aula
As reuniões de pais bimestrais, que ocorrem de forma individualizada na época de entrega do boletim, são excelentes oportunidades para os professores conversarem com os pais não apenas sobre as notas, mas também sobre o comportamento do aluno em sala de aula. É importante que eles saibam se o filho conversa muito, se faz bagunça, se é desatento, ou se presta atenção e apresenta bom comportamento.
Dependendo do comportamento informado, os pais podem até ficar alertas para possíveis casos de hiperatividade e déficit de atenção. Então, poderão levar o filho a um profissional que irá confirmar ou afastar tal suspeita. O mesmo vale para casos em que o aluno não está prestando atenção em conteúdos escritos, o que pode indicar uma possível miopia, e a necessidade de os pais levarem o estudante a um oftalmologista.
Bullying
Bullying é um problema que ocorre em todas as escolas, e enfrentá-lo em conjunto com os responsáveis é a melhor maneira para solucioná-lo. Por isso, o tema deve ser abordado tanto na reunião de pais que é feita de modo coletivo quanto nos encontros bimestrais individualizados. A forma de trabalhar a temática, no entanto, é diferente em cada caso.
Em reuniões coletivas, é importante abordar o bullying em um contexto geral, explicando o que ele é, frisando que é uma prática grave e não uma brincadeira, mostrando as consequências e orientando os pais a como proceder para conscientizar os filhos não praticarem o ato. Já em uma reunião de pais individual, o tema deve ser trabalhado com os responsáveis das crianças que praticam bullying e das que são vítimas dele. Em ambos os casos, é importante que a escola oriente os pais a procurarem a ajuda especializada de um psicólogo, que os auxiliará a lidar com a questão da forma correta. É essencial frisar que os dois lados (escola/pais) devem se esforçar e tomar atitudes práticas para resolver o problema.
Desenvolvimento da criança
Em uma reunião de pais individual, um outro assunto pertinente a tratar é a questão do desenvolvimento da criança. Ela está conseguindo aprender o que é esperado de alguém da idade dela? Há dificuldades normais ou que alertem para uma necessidade especial? Qual progresso ela apresentou desde a última reunião até o presente momento? Quais são os pontos fortes e fracos da criança em relação aos conteúdos didáticos? Há a necessidade de aulas de reforço? Há a necessidade de consultar um especialista externo à escola, como um psicopedagogo?
As observações fornecidas pelos professores podem ajudar os pais na identificação de possíveis necessidades educativas especiais, que podem ser permanentes ou temporárias. Assim, poderão agir para que a criança se desenvolva o máximo possível.
Perguntas e dúvidas
Tanto na reunião de pais coletiva quanto na individual, abra um espaço para que os responsáveis possam fazer perguntas e tirar dúvidas. Se algo do que foi dito não ficou claro para eles, esse é o momento de tudo ficar bem esclarecido.
Caso os responsáveis não façam perguntas, mas você note que algo parece não ter ficado claro a eles, pergunte você. Questione: “Todos entenderam bem como irá funcionar tal questão?”, “Você entendeu que é preciso fazer tal coisa para conseguirmos ajudar o seu filho?”. Os responsáveis às vezes podem ter dúvidas, mas sentirem-se constrangidos de perguntar, principalmente em encontros coletivos. Então faça todo o possível para que ninguém saia com dúvidas da reunião de pais.
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