Como encantar os alunos e fazer com que eles interiorizem os conteúdos, em vez de apenas memorizá-los? A resposta pode estar em uma técnica conhecida como storytelling. Muito usada no mundo corporativo para aproximar clientes e marcas, ela também se mostrou um fascinante método de ensino lúdico nas escolas, envolvendo os alunos com o aprendizado como poucas coisas são capazes. Quer saber tudo sobre storytelling na educação? Então me acompanhe nesta leitura!
O que é storytelling?
Storytelling, como o próprio nome já diz, significa “contar histórias”. Quando usamos o recurso de narrativas para passar uma mensagem ou informação a outra pessoa, estamos praticando storytelling.
A arte de contar histórias remonta a história da humanidade, quando os homens pintavam nas cavernas histórias de caça, ritualísticas e da vida cotidiana. O registro de pintura rupestre mais antigo de que se tem notícia é de 73 mil anos atrás, na caverna de Blombos, na África do Sul.
Talvez você esteja se perguntando: “Se storytelling é algo tão antigo, por que o termo está tão popular agora? Qual é a novidade?”. Acontece que nos anos 90 essa arte milenar foi redescoberta pelo mundo corporativo, se tornando uma poderosa ferramenta de marketing.
Esse novo viés começou após o lançamento do projeto “American Film Institute”, por Joe Lambert, em 1993. Nele, pessoas eram incentivadas a contar suas histórias de vida em uma linguagem voltada para o meio digital.
No ano seguinte, em 1994, Lambert fundou o Storycenter com o intuito de estudar metodologias que fazem uma boa história. O termo “Digital Storytelling” começou então a se popularizar e ganhar espaço no meio corporativo. Grandes marcas perceberam que o recurso de narrativa permitia a criação de laços com o público, cativando-o, emocionando-o e convencendo-o.
Essa capacidade de criar conexões emocionais entre a história contada e seus receptores foi também descoberta pelo segmento educacional, que começou a usar storytelling na educação como um instrumento lúdico de aprendizado, e não apenas para aulas de literatura ou história, mas para qualquer disciplina, inclusive matemática.
Por que usar storytelling na educação?
Agora que você já está por dentro do que é storytelling, vou te explicar porque faz sentido empregá-lo na educação. Olha… já te adianto que os argumentos são fortes! Não está acreditando? Então veja só:
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Histórias ganham a atenção das pessoas
Na sala de aula, é extremamente difícil o professor ter 100% da atenção dos alunos. Há conversas paralelas, distrações e, muitas vezes, até aqueles estudantes que parecem estar prestando atenção, na verdade, estão ali somente de corpo presente. Storytelling na educação é uma forma de mudar esse cenário!
Você sabe que as pessoas gostam de uma boa história, não sabe? O cinema não seria a indústria bilionária que é se isso não fosse verdade, isso sem falar no mercado de livros. Acontece que as narrativas fisgam as pessoas, e elas se envolvem de tal maneira que deixam as outras coisas de lado para prestar atenção, torcer pelo protagonista e tentar descobrir o final da história.
O que você acredita que ganharia mais a atenção dos seus alunos, uma aula tradicional ou uma aula em que o conteúdo fosse inserido dentro de uma narrativa instigante? A resposta parece óbvia, não é? Aposto que com uma aula no formato storytelling, os estudantes não prestariam nem atenção ao sinal do recreio se ele viesse antes do fim da história.
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Histórias humanizam os dados
Dados transmitidos de forma “crua” não são conteúdos cativantes. Há significados por trás deles que muitas vezes ficam mascarados pela frieza dos números. O storytelling na educação é capaz de virar esse jogo. Histórias permitem uma experiência mais completa, dando uma cara e uma vida aos fatos. Experimente esse uso. Seja aquele professor que dá aulas inesquecíveis!
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Histórias criam memórias mais duradouras
Uma história bem narrada é capaz de criar uma conexão emocional com o espectador, que se vê na personagem. Um experimento desenvolvido pela Universidade de Princeton mostrou essa conexão por meio do monitoramento de duas pessoas, uma que contava uma história e outra que ouvia. No decorrer da narrativa, o monitoramento mostrou que o cérebro das duas participantes passou a se espelhar, ativando simultaneamente as mesmas regiões.
O que aconteceu no experimento é chamado de acoplamento neural. O ouvinte se conecta com a história de maneira tão intensa que começa a fazer neuroassociações, vinculando a história com suas próprias experiências de vida. É como se a história contada fosse sobre ele próprio.
Todo esse vínculo emocional criado com a história permite que ela se torne uma memória mais duradoura, pois emoções moderadas facilitam o processo de codificação da informação em memória no cérebro. Acredita-se que isso ocorra, em parte, por razões evolutivas, já que estímulos emocionais são mais importantes para a sobrevivência.
Como usar storytelling na educação?
Deixa eu adivinhar, você se interessou pela ideia e já está querendo colocar em prática, é isso? Então tá, vou te ajudar a descobrir o que é preciso para fazer storytelling na educação!
A primeira coisa a saber é que as histórias precisam estar adequadas ao público ao qual elas se destinam. Histórias contadas para adolescentes, por exemplo, são diferentes de histórias contadas para crianças do ensino infantil. Dito isso, confira agora os elementos que não podem faltar na sua narrativa:
Mensagem
Qual é o conteúdo que você está querendo transmitir? O que essa história precisa entregar de aprendizado para os seus alunos? As respostas a essas questões são a sua mensagem!
Ambientação
Para que os alunos visualizem a história que você está contando, é preciso contextualizar onde tudo está acontecendo. Os elementos precisam de um ambiente, e para que os estudantes possam imaginá-lo de forma vívida, procure descrevê-lo da maneira mais rica possível. É válido até a utilização de sons e cheiros.
Personagens
Toda história precisa de um ou mais personagens. O protagonista, é claro, terá o foco principal, e é nele que o aluno encontrará identificação. Para tornar tudo mais real, uma boa ideia é utilizar fantasias e até falar com tons de voz diferentes para cada personagem.
Conflito
O protagonista precisa percorrer uma jornada com começo, meio e fim. Ao longo dessa jornada, ele deve se deparar com uma provação, um conflito a ser resolvido. É o momento no qual ele encontrará inimigos e aliados para enfrentá-lo ou ajudá-lo.
Desfecho
A história precisará de um desfecho. Nele acontecerá o desenlace de toda a trama, a resolução do conflito. Esse fechamento vem junto com a “moral da história”, o aprendizado que se tirou da provação vivenciada. Ele deve mostrar a evolução da personagem após toda a jornada percorrida.
Como usar storytelling na educação durante a pandemia?
Você sabe que não precisa esperar até a pandemia passar para praticar storytelling com seus alunos, não é? Neste momento de tantas mudanças é que o storytelling cabe como uma luva! Você pode utilizá-lo perfeitamente em suas aulas virtuais e híbridas!
Em transmissões ao vivo, por exemplo, você pode contar as histórias, usar fantasias em frente à câmera e ainda colocar um som de fundo que será captado pelo microfone. Se a aula for gravada, as possibilidades são ainda maiores. Na edição do vídeo é possível inserir imagens, efeitos sonoros e visuais. Tudo ajudará a deixar a história ainda mais empolgante!
Se a sua escola ainda não tem uma plataforma de boa qualidade para as transmissões, e que também permita o envio de vídeos pesados sem consumir memória do celular dos alunos, tenho a solução perfeita para você! Tudo o que você precisa e muito mais está neste link.
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