O uso da tecnologia nas instituições de ensino aumenta o rendimento escolar? Estudos apontam que sim. Há várias formas de a instituição de ensino empregá-la para melhorar o aproveitamento dos alunos nos conteúdos didáticos, e hoje você vai conhecer algumas delas. Vamos lá?
1. Recursos interativos
Um estudo realizado pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) mostrou que estudantes que costumavam ter médias ruins, com valor cinco ou menor, melhoraram o desempenho em 51% nas disciplinas de matemática e física após o uso de recursos tecnológicos interativos para o aprendizado dos conteúdos – como animações, jogos e simulações. Os que tinham média superior a cinco aumentaram o desempenho em 13%.
O que os dados mostram? Que o rendimento escolar de todos os alunos – tanto os com notas altas quanto os com notas baixas – melhora quando entra o fator tecnologias interativas. Como você deve ter notado, no caso dos estudantes com médias baixas, o desempenho eleva-se em mais da metade. Isso aponta um caminho que as escolas podem trilhar para levar o aprendizado a todos, especialmente aos que têm dificuldade de aprender por outros meios.
2. Ensino híbrido
Muitas escolas já estão incluindo a tecnologia na própria espinha dorsal do processo de ensino e aprendizagem, e adotando modelos híbridos. Eles mesclam online e offline para trazer ao aluno uma experiência mais rica e eficaz de aquisição do conhecimento. Há formatos sustentados e disruptivos, que você pode conhecer por aqui. Eles não usam a tecnologia de forma acessória, mas sim estrutural.
Essa forma de ensino traz a percepção de que os alunos não aprendem todos da mesma forma, e para que o conhecimento chegue a todos, ele não pode ser engessado. A adoção dos modelos permite que os estudantes tenham mais autonomia, mais responsabilidade com o próprio aprendizado, que construam colaborativamente o conhecimento e que atuem de forma protagonista. O aumento do rendimento escolar, nesse contexto, não é um objetivo, mas uma consequência natural.
3. Espaço maker
Um movimento que tem a tecnologia como propulsora e que está ganhando cada vez mais força é o Maker – a cultura de que pessoas leigas podem criar e construir coisas que antes exigiam habilidades mais específicas. A ideia já está conquistando espaço nas escolas, e pode ser usada pelas instituições como estratégia para melhorar o aprendizado e aumentar o rendimento escolar.
Em um espaço maker, o aluno tem a criatividade, o protagonismo e o senso de equipe estimulados por projetos que se valem de recursos tecnológicos – como impressoras 3D, linguagens de programação gratuitas, CNCs pequenas, entre outros – para diversas criações. Os trabalhos desenvolvidos podem ser de matérias específicas ou interdisciplinares. Leia mais sobre o assunto aqui.
4. Intercâmbios virtuais
Um uso muito interessante da tecnologia em sala de aula é para a criação de intercâmbios virtuais entre povos. Os educadores podem criar projetos em parceria com escolas de outros países – já que hoje, com a tecnologia, não há mais barreiras geográficas – e engajar os alunos na busca de soluções em conjunto. No processo, os estudantes teriam que debater ideias, executar ações e compartilhar conhecimentos. Esses fatores podem resultar em uma eficácia no aprendizado entre 70 e 95%, conforme a Pirâmide do Aprendizado de William Glasser.
Além da aprendizagem resultante do projeto criado no intercâmbio, os estudantes também podem ter contato com uma língua estrangeira, adquirindo um novo conhecimento ou reforçando o que aprenderam em disciplinas como Inglês e Espanhol. Têm ainda a oportunidade de estudar informações observando o ponto de vista do outro – o que ajuda a quebrar barreiras culturais e a aprender sobre tolerância.
5. Aulas de reforço online
Algumas escolas oferecem aulas de reforço para determinadas disciplinas. Elas são importantes para que os estudantes tirem as dúvidas e obtenham uma explicação mais direcionada. Podem inclusive fazer muita diferença para quem tem rendimento escolar abaixo da média. O problema, porém, é que nem todos os alunos que precisam de reforço comparecem às aulas.
Os motivos para isso são diversos – desde falta de disponibilidade de deslocamento à escola em horários diferentes dos usuais até a falta de vontade de passar mais tempo dentro da instituição de ensino. Uma maneira de aumentar o engajamento dos estudantes é oferecer essas aulas de forma online. Lá na ponta, a facilidade acabará se refletindo no aumento do rendimento escolar.
A tarefa não é complicada. Uma opção simples é a escola gerar um link de transmissão ao vivo pelo YouTube e enviá-lo ao celular do estudante por agenda digital. Assim, mesmo que o aluno esteja no ônibus ou na rua, conseguirá assistir a aula. Para interagir com o professor, basta que ele use o chat presente no canal de transmissão.
6. Fóruns
Rever conteúdos é essencial para a fixação deles. Há alunos, no entanto, que não são grandes fãs de deveres de casa, e nem sempre os fazem. Uma estratégia que a escola pode usar para que os estudantes fixem esse conhecimento é estimular o debate e a troca de informações entre eles por meio de fóruns online sobre o conteúdo abordado.
Nesses fóruns, os alunos aprenderão e ao mesmo tempo ensinarão uns aos outros – prática essa muito recomendada em tempos de Educação 4.0. Os debates nos fóruns instigarão os estudantes a pesquisarem mais sobre o assunto e a se envolverem com ele. Com isso, aprenderão de forma mais profunda, e a melhora no rendimento escolar virá.
7. Acompanhamento da rotina do aluno pelos pais
Há uma forma de usar a tecnologia para aumentar o rendimento escolar que não está ligada diretamente ao que é ensinado, e sim ao acompanhamento da vida escolar do aluno pelos pais. Conforme relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, quando os pais são participativos, a nota dos estudantes melhora.
Hoje os pais conseguem, mais do que nunca, ter uma participação ativa nas rotinas dos filhos. A tecnologia possibilita isso. Os acontecimentos diários na escola podem, por exemplo, ser acompanhados da tela do celular dos responsáveis por meio de agenda digital. Há escolas que já registram uma significativa redução na taxa de alunos em recuperação após o uso da ferramenta.
A elevação do rendimento escolar se justifica. Quando os pais conseguem acompanhar frequência, notas e ocorrências em tempo real; receber recados dos professores em um local em que não irão esquecer de ver e de responder – como o celular; e receber notificações avisando quando os estudantes têm provas, isso permite que eles possam “pegar junto” e ajudar o filho a percorrer essa jornada. Entenda mais sobre a agenda digital aqui.
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